A boca esconde palavras que o peito teme em dizer
Minha falta de atividade cardíaca me impede de compreender
Então, ouso apenas observar
As mãos, os olhos, os beijos
Começo a respirar ofegante, como se não pudesse ver
Só de olhar, fere
Sinto doer o que resta de tudo aquilo que um dia tive
Me amarga a boca, me aperta o estômago
E nem me lembro porque
Sinto perto um outro coração bater
Tão cheio de vida, não é o meu
Ele pulsa, vibrante
Me inveja
Minha doença incurável, irremediável
Me privou de viver o que todos buscam
Me ensinou a ver beleza na tristeza
É difícil me reconhecer
Nessa insuficiência, nesse medo dele parar de novo
E eu, muito provavelmente, morrer
Alio-me a minha boca que beija e não sente
E canta e escondendo os mais puros versos
Que meu coração ainda teima em criar
Volto a assistir o mundo amante
Esperando algum dia achar a minha cura
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2 comentários:
Há beleza em todos os lados. Na alegria, na tristeza, na muvuca, na solidão. A cura vem. Às vezes não. A beleza acumulada na solidão, espero transbordá-la em satélites atônitos. A beleza acumulada na alegria, espero te banhar como uma garrafa de champagne. A beleza acumulada na muvuca, espero transpirar como um copo de vidro com líquido refrescante. A beleza na sua tristeza, espero um dia, fazer cada lágrima sofrida transformada em um sorriso sincero.
Amiga, você é minha tradutora de emoções.
Lembre-se: SE DISTRAIA.
Continue assistindo o mundo amante que a cura vai chegar.E quando ela chegar, ABRA AS PORTAS.
TE AMO SEM FIM E SEM CURA
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