sexta-feira, 1 de abril de 2011

A hora é agora

Quando criei este blog, não me dei conta do trivial, literalmente. O que será que podemos falar de um tema tão trivial. Será o texto, trivial? Este é o desafio. Solidariedade é mais uma questão trivial, quiçá, eternizada. O que é proferido sobre este tema remete genericamente a um esforço de ajudar o próximo quando ele mais precisa. O que venho sugerir é uma solidariedade quando as pessoas menos precisam. Difícil entender?

Pois bem, a solidariedade de ideias. A solidariedade de prospecção de iniciativas. É como dar cursos de extensão gratuitos em prol à iniciativa. Quando está tudo bem com uma pessoa ou empresa, em vez de estagnar e apenas manter a manutenção do status adquirido, promover o crescimento em diferentes esferas por pura e simples ampliação do conhecimento e interligamento do mesmo para cobrir mais demandas e necessidades da sociedade como um todo.

Pode parecer complexo, mas podemos racionalizar em algumas situações cotidianas. Eu, por exemplo, atualmente estou inquieto quanto à opressão cultural "low-profile" que está sendo em prática pela troca de poderes na minha universidade. O refresh neste âmbito tão inalcansável deixa o alto posto disposto a administrar sem pingos nos is. No caso, vejo um momento de crise à portas fechadas. Qual a oportunidade? Dos estudantes começarem a ter ciência que algo muito importante falta. Tudo tão ordinário, tudo indo aparentemente bem, nada acontece.

NADA ACONTECE.

Esse é o SET UP que tem que despertar a mudança de comportamento que vislumbre um futuro sem mais "cochilos" de comportamento. Vulgo, passividade coletiva. No caso, estudantil. Onde entro na história? Estou fomentando, ao arcaico e poderoso boca-a-boca, uma noção de resolução de desunião de interesses quanto às atividades estudantis e culturais da universidade.

"Ah!!! Mas pra quê?!?! Esquece isso, você já é formado, foda-se isso que tá acontecendo!"

Passividade só é bom pra duas pessoas, pra quem ouve/reflete e pra quem gosta de tomar no cú. Tirando isso, preparamos um terreno para os que não vivenciaram a injeção plural se contente com uma padronização de comportamento imposta por uma cúpula.

O empreendedorismo cultural, social e econômico são, sem dúvidas, exemplos de solidariedade para a sociedade. A vida ordinária nos viraliza e nos colocam em um barco à deriva. Esse vislumbramento que tive, com ajuda de muitas pessoas e mestres que incentivam o encorajamento de novas possibilidades, quer expor um comportamento que deveria ser matéria obrigatória, senão no colégio, na própria universidade.

Tendo em vista a atual situação da minha universidade, proponho em carta aberta, a criação de uma comitiva, presidida pelo DCE e representantes dos Centros Acadêmicos, para renovação de ideias, iniciativas, manifestações, requerimentos, exigências e quaisquer assuntos que envolvam: direito dos alunos, empreendedorismo universitário, cultura e diálogo entre as partes.

Cabe a vocês acenderem esse pavio e que exploda, o mais rápido possível, um movimento em que quem ganha somos TODOS nós. Inclusive a quem nos opõe.

Jovens visionários, UNI-VOS!





(próximo tema: devaneio sobre a timidez)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ohm

até ontem eu não sabia de nada. Não sabia que ia acordar com a corda no meu pescoço, enforcando. Sabe por quê? Porque o ar acabou. Acabou pra mim, acabou para eles, foi até o último nível de verdade e nos sufocou com a imagem chiada. quem dera que não fosse verdade.

Mas é amigo.
a imagem não chia. Propaga.

Que o ontem saudoso permeie esperança, porque só quem consegue congelar o sorriso no ar e segurar a imagem com dor, sabe o quanto vale a pena chorar pela vida e sorrir por continuar.



próximo tema: Eu

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Te dá asas

Aura é uma energia positiva que transborda o poder do sorriso. É uma vara curta de curto circuito. Ela não precisa, ela já tem. É sinônimo da sintonia. É uma sinfonia em um instrumento só. É selva de pedra, é o suor que refresca a alma. Parecido com a paciência que é um exercício dos deuses que adjenciam o seu eu lírico.

Os dias em que você se encontra meio sem sentido, sem algo que te faça ter tesão pela vida e não por outrém, de repente conhece uma pessoa nova, uma nova experiência que te manifesta, uma revolução do sorriso, da risada prematura, das falácias que massageiam a barriga. Esta outra pessoa tem uma aura. Nada mais é que um simples fator enganador prazeroso da realidade em que se vive. Sabe-se que nasce-vive-morre. A pessoa que tem aura ela não nasce, nem morre. Vive. Ponto final.

Se ela vir a morrer é porque já viveu sua bela cota e está plenamente satisfeita. Sabem muito bem que outras pessoas com uma bela aura estão por aí, sendo um vírus do curto circuito da vida. Bon vivant. Carpe diem, carpe vita.

Não se acha uma aura dentro de casa. Finja que é um passarinho cansado de ficar esperando comida no ninho e vá voar pelos cantos. Se são os mesmos cantos, que os vejam de outra maneira, a mais inesperada possível. Faça o comentário: INACREDITÁVEL. Inacredite para acreditar em si mesmo, na vida ali, bem ali do outro lado da janela.

Seja um anjo de si mesmo e não tenha medo de cutucar sentimentos confusos nos outros anjos sem asas. Tome um banho e corra para a praça mais perto, para a praia mais limpa, mais vazia ou conheça uma praia lotada de corpos entregues a um astro. Seja o segundo astro e aqueça os corações fingidos de alegria.

Voe.



Próximo tema: Ontem

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Em Porto Seguro...

Dizem que o dono da Poente Vermelho, uma cabana de praia em Porto Seguro, é tão frio, rude, indiferente e difícil de lidar que não dá um sorriso desde a final da Copa de 94, quando o Romário perdeu aquele gol. De ironia. Grosso, nunca dirigiu uma palavra de afeto nem à filha, que se casou no mês passado e ganhou de presente de casamento um pacote de biscoito. Salgado.

E, por coisas que ninguém entende, é justamente por esse gênio ruim que sua cabana vive cheia, com pessoas ansiosas por levar um xingamento daquela lenda da praia. Ou pra ver quem consegue, enfim, dobrar o coração do velho. E foi por isso que o bar da cabana ficou em silêncio naquele dia.

Um morador do sertão baiano, na cidade à procura de emprego, contava sua vida. A história era contada entre goladas de cerveja – paga por um turista argentino bem humorado – e todos prestavam atenção no pobre senhor que morava, como ele mesmo dizia, “pra lá da casa do Diabo”. Sentado num banco perto do balcão, ele falava pra todos, mas olhava mais pro dono da cabana de praia, que estava atrás do balcão com um paninho no ombro. O que levava todos a crer que éramos espectadores de um programa de TV protagonizado pelos dois, ali, ao vivo.

É claro que o sertanejo não falava dessa forma que escrevi e metade de nós passava o tempo todo perguntando “Hein? Que foi que ele falou ali?”, mas eu tentei simplificar um pouco.

- Lá onde eu moro – disse o sertanejo – todo mundo é tão pobre que nem se pode dormir até depois do Sol nascer, que acorda com a luz entrando pelo teto. Alguns de nós nem tem teto.

A platéia, chocada, se olhou com cara de “já imaginou? Nem teto!”. E o dono da cabana só olhando.

- A gente levanta e trata logo de comer uma farinha, que é pra agüentar o dia todo. Aí minha mulher e as mulheres das outras casas vão pra rua vender o artesanato.

O sertanejo mostrou o cordão, que tinha uma pequena escultura feita de barro.

- A gente sabe mexer com barro como ninguém.

E o dono da barraca, nada.

- Não vende muito bem não, mas dá pra comprar alguma coisa pra comer. No mês passado a gente comeu até queijo.

Sussurros pela cabana, “até queijo!”, em sinal de alegria pelo pobre senhor.

- E enquanto as mulheres fazem isso, eu e os outros homens separamos os tonéis de água.

Chegou ao ponto que todos esperavam. A água. A maior angustia de todos na cabana era imaginar como aquele povo fazia pra conseguir água – até barro eles tinham, água era o mínimo!

- E nós andamos. Andamos por uma, duas horas dependendo da direção do vento. E só carregando aqueles tonéis, pra trazer água pra todo mundo. E barro, claro, pras mulheres.

E todo mundo na cabana balançando a cabeça, imaginando o sofrimento daquele povo. O dono da cabana, impassível.

- A gente anda, chega no rio, enche tudo e volta. Volta mais devagar, claro. E aí é que fica mais difícil, porque o Sol começa a queimar. E Sol, no sertão, é mais forte que o daqui de Porto Seguro, que é onde ele só vem passar férias.

Risinhos na platéia. Menos do dono da cabana, que fingiu que não era com ele e limpou um pedaço do balcão.

- Aí, quando a gente chega em casa, nem tem tempo de descansar, vai logo ajudar a mulher. É difícil, viu, a vida no sertão...

E tomou mais um gole de cerveja. Todo mundo olhou pro dono da cabana. Era a hora do veredicto. E então, é difícil a vida no sertão? E o velho – e grosseiro – dono da cabana não perdeu a oportunidade:

- Entre ser pobre no meio do nada e ser pobre perto do rio, deixa de ser burro e te poupa da caminhada.

E foi, bufando, servir a turistada do outro lado.


Próximo tema: livre

Sentido!

Línguas Presas é uma anarquia disciplinada. São cuspes na mesma tigela, diferentes dardos e flechas apontados para um mesmo alvo. Um vômito indigerido sobre coisas estragadas ou guardadas sem muito sentido para um vaso sanitário virtual onde o nojento é apenas um adjetivo. Escrever, pensar, refletir, mexer os dedos compulsoriamente é um exercício em conjunto que faz a criação da concepção para a percepção. O que você percebe, o que você esconde e o que você compartilha são anarquias em vias de uma organização. Mesmo que aleatória.

A disciplina é um exercício de fluxo de ações (incluindo os pensamentos). Maduro ou imaturo, os pensamentos são experimentações únicas. Como não há verdade, apenas realidade, as verdades caem. As realidades se tornam fenômenos para a liberdade de pensamento. Se eu permeio a sua liberdade, a minha tende a permear o infinito. A soma de anarquia e disciplina é igual a respeito. Uma anarquia só funciona com o respeito individual. Uma vez que um grupo é formado por mais de um indivíduo, o respeito tende a multiplicar.

Estes sujeitos que tem a liberdade respeitada também têm que perceber a liberdade do outro e abrir as portas para as novas experimentações. Estou em um período longínquo e um indivíduo me diz por A mais B que a Terra é redonda e que não há precipícios colossais. Façamos uma viagem de respeito pelo indivíduo 'Natureza' e veremos até aonde nossos medos do 'Novo' pode castrar nossa anarquia disciplinada.



A anarquia não é possível por não haver revoluções ao seu favor e as revoluções de métodos políticos não se manifestam no globo disciplinadamente em sua totalidade. Revoluções comunistas fechadas se limitam ao Vietnã. As socialistas abertas têm um carro-chefe mal das pernas como Cuba.

A anarquia é um sentimento e uma falácia política. Por enquanto. Quem sabe a sua liberdade não a guia ao infinito?

Próx tema: Um chopp e a conta