sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Arte sem medo.

Arte, palavra difícil.
Sugiro uma reflexão: não pensem na arte como um mero tópico de dicionário, e sim como uma atitude.
Pois a arte, rica em raízes, possui muitas faces.

Penso, logo crio. Crio, logo exprimo. Exprimo, logo sinto. Sinto, então faz-se arte.
Arte do corpo.
Arte da voz.
Arte da música.
Arte das ruas.
Arte do papel.
Arte das letras.
Arte dos filmes.
Arte dos livros.
Arte da criança pequena que desenha o mundo ao seu jeito.
Arte de tudo o que possa ter vida.

A arte implica vida. Explica a vida. Faz dela uma metamorfose. Um ilusionismo criativo, belo, bonito. Um circo de muitas cores. Arte é VIDA.

Descobri: metalinguagem. Tudo em si e por si.


próximo tema: Papai noel

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu sonhei que...

...que um dia nasceu escuro, a guerra perpetrava, eu me escondia, a granada subia, o medo estancava, a explosão sacudia, o ruído saía e o corpo explodia.

...que brigava na correria, do corredor da vizinha Bia, que de nada fazia, um monstro de brinquedo voava e me atacava por nada, sabia?

...qua até a esquina eu ia, de queixo e cabeça fria, no bar eu parava, tomava Itaipava, no Jornal Nacional assistia, pro Willian Bonner eu via, que nessa jornada, o muro parava, e depois mexia, que me paralisia(sic) e que me puxava e sugava por tudo onde via.

...que da Nerd eu beijava, que me testava, me tocava por toda via, se calava, se mateticava por toda feitiçaria. Eu aceitava, não brincava e sempre sorria, me continha, mas todo esquizitado(sic) ficava.

...que da paixão beijada, a sua pele encravada, e seu suor escorria. Que me decorava, assim se arrepia, não tinha ressalva, só me queria. Acordava e via, traição aparecia.

...que dos restos dos sonhos esquecia, quando da cama acordava, não tinha estamparia, tinta branca surgia e sem sonho ficava.



PRÓXIMO TEMA: Arte

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Casa vazia

Não é ausência.

É a maior expressão da presença de uma pessoa, sentimento ou lugar. É o beijo que nunca acaba, é a lágrima que não seca, é a risada que não silencia, é a luz que não se apaga... Quando sentimos saudade, sentimos aquilo tão perto estando longe, que nos incomoda.

É incômodo. É desconfortável. Ela traz o gosto mas não traz a solidez. É como se derretessem chocolate e pudéssemos sentir o cheiro, mas estivesse quente demais para provarmos. Sempre no perigo, no absurdo.

Se fosse calma, não nos mataria. Se fosse bonita, não nos mostraria toda a feiúra da necessidade. É limitada na sua infinidade de faces, pois sempre acaba enfraquecendo. Quando nos visita, rouba tudo que tem na casa. É como se não coubesse dentro do corpo e quando saísse, não tivesse deixado mais nada que sirva.

A saudade é possessão.

próximo tema: sonho

Comprometendo o sabor

O sabor é contraditório. Mas quem disse que eu me importo?
O amor, por exemplo, às vezes tem gosto de banana caramelada, ou limão. Depende do ponto de vista.
Livros são os mestres do sabor. Existem aqueles que trazem consigo um paladar salgado: gosto de lágrima. Ou então são tão ricos em detalhes que cada parágrafo é uma nova aventura para a língua: eles deixam o gosto da terra molhada de uma trincheira, com cheiro forte de sangue, em dia de guerra; dão um tiro de ácido garganta abaixo fazendo o leitor pular de adrenalina ou te envolvem com o amargo, porém gostoso, do açúcar mascavo.
O que dizer então do sofrimento? Esse tem gosto de remédio, dos mais fortes dos antibióticos.
Do medo? Gosto de porra nenhuma. A boca fica seca.
Do sexo? O sabor do corpo.
Da felicidade? Calda de chocolate com brownie!
Da vida? Ah... essa é impossível. É igual à saudade: não existe apenas um único sabor que a defina. Funciona de acordo com a estação, o dia, o momento, o beijo, a briga, o sorriso e o etc.


Próximo tema: Saudade

Sabor remete fome. É ai que a gente se ferra.

Ultimamente venho criando filosofias, de fato concretizando uma teoria. Sei que esse tema já foi abordado, mas é justamente o sabor das coisas que me traz aqui. Chega ser vulgarizado o valor dos sabores, das essências, dos momentos vividos. Minha teoria se baseia justamente nos pequenos e nos grandes instantes em que saboreamos algo. Já diziam que "tudo que é bom deve ser vivido ao máximo, no tempo que dura". Eu sei, já ouviu isso, e pode deixar que não irei me basear no batido "viva cada momento como se fosse o último". Pelo menos não desse jeito.

A vida é feita de grandes expectativas, e nem sempre encontramos a felicidades nelas. Marcamos nossas vidas com “asteriscos”, nos programando sempre para algo, justificando tudo ao nosso redor. Exemplificarei: Final de ano, muitas festas e planos de viagens. Em cada evento, marcamos estes “asteriscos”, depositando toda nossa esperança neles. Ao estar numa situação ruim, pensamos "Calma, logo isso será recompensado". Não estou condenando, é instinto traçar metas, almejar bons momentos. Se isso me saciar, ótimo! Mas, e se não tornar-se um bom momento? E se tudo que tanto esperei não atingir minhas expectativas? Ora, é justamente onde entra minha teoria.

Devemos sim planejar, desejar, ter sede para nos satisfazer. Contudo, devemos buscar o sabor das coisas simples, dos momentos que acontecem sem ser planejados, as vezes até muito rápidos. E não devem ser prolongados. Ao contrário de saborear, estamos sempre devorando os bons momentos, e quando acabam sentimos necessidade de tê-los novamente, em maiores intensidades. Nesta busca desfreada, não nos damos conta de quando voltam a acontecer, tornando-se um ciclo de insatisfação. É preciso vivenciar as boas sensações, para que aconteçam com frequência e nos sentir saciados. Desta forma não se cria expectativas exageradas e conseguimos buscar a felicidade.

Eu sei, tudo isso é muito bonito na prática, entretanto não é tão difícil quanto aparenta. Busquem degustar as coisas enquanto acontecem, e descobrirão grandes sabores. Um passeio sem destino, um encontro ao acaso, uma conversa no balcão de um bar. Uma festa marcada por um “asterisco” nada mais é que a junção de todos os pequenos sabores, formando um suculento prato de satisfação. E quando não conseguir enxergar nenhum sabor no momento em que está vivendo, espere-o comendo um chocolate. Esse eu deixo você devorar!

Aqueça

É deste jeito que eu gosto, deste jeito que me faço prevalecer. Não há como um dia choroso a nos acolher dentro de nós a nos fazer sentir o valor de um calor ausente. Transbordar poesia, aguçar os sentimentos, mesmo que estejam em nebulosidade. Não entendam como melancolismo mal fundamentado, é apenas um estado de acolhimento. Aproveito esse momento para pensar no que não pôde ser vivido, na preciosidade do simples, sem deixar que o grandioso me escape. Repare. Pense. Conclua. Não é tão difícil. Risca os vidros, e abre minha mente. Leve contigo, passe a limpo, releve. Agora tudo passa, o choro passa, a água limpa e refresca minha alma. Não sinto frio e acho que nunca senti. Acho. Não importa, pois o Sol já nasce, e tudo de novo se aquecerá. Ou apenas irá acentuar o calor já existente, que em sua ausência se concretizou.

Próximo tema: Sabor

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Superfície

Superfície
Superfície minha
Superfície sua

Será a tua superfície
espelho do teu recheio?
Será a minha superfície
o teu recheio espelhado?

Ou será apenas uma
membrana independente?
Onde não permites toque
calor, palavra
que lhe seja um pouco mais entrecortante?

Minha superfície
meu recheio
Não mente minha carne
não tremula ao sopro

Tua, tua carne
é sôfrega. Fraca.
Tua superfíce
se tornou mais forte
que ti mesmo

Não te sabes mais ser
Tua carne dissolveu-se
Teu recheio esvaziou-se
em risos e palavras
suaves.


próximo tema: Chuva

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Prazer, Mister M.

O Monopólio da Mídia ainda existe. Leva-se em conta que o mundo, ou até mesmo o Brasil, é coberto com seu povo com baixa instrução. Mentiras ditas no Rádio, Jornal e TV passam como verdades daquele que serve o povo: a imprensa. Não generalizo e não nomeio. Basta dar um passeio relapso fora da caverna do meu brother Platão pra se ter uma ideia. A única quebra que a mídia sofreu foi com o advento da internet. Apesar disso, ela se reorganiza para se atualizar e levar o público Televisionado para o Internético (sic).

É uma postura lógica e inteligente. A classe que já consegue ter um computador com internet, por mais lenta que seja, participa enviando sugestões vídeos, montagens audiovisuais, filmetes e a garota do Crossfox. E é isso que o povo quer: ser o centro das atenções, ter algo a dizer, a contar, a causar.

No dia do blecaute (blackout) quase no Brasil inteiro, soube pela internet do celular e a TV do celular o que se passava. A internet (via Twitter) era mais precisa e mil vezes mais rápida que as mídias convencionais. Eu em 10 minutos sabia o que se passava o que a as TVs demoraram mais de 1 hora pra ter alguma noção. A internet é colaborativa, participativa e integradora. INEGÁVEL.

A indústria da comunicação é o 4º poder sim. Há muita psicologia social envolvida, somada aos interesses à parte, ela é tão manipuladora quanto o caixa dois. Mas como ela não é boba nem nada, nos enche de futebol do Mengão hexacampeão e de Novelas polêmicas com gírias novas pra a gente usar na Rocinha, no Viaduto do Chá e no Mercadão de Madureira.

Falar demais, como faço agora, é um pecado nesse mundo cheio de segredos e 'behind the scenes'. Não se revela o que faz o coelho voar pra cartola do mágico. Não é Mister M? Ou você esperaria que o Mister M não fosse mascarado? Fábulas, contos, populares, andinos ou requintados; mundo de princesas, vilões e mocinhos... Um mundo que o mundo compra todo santo dia.



O Irã.. Ah.. o Irã... isso que é lugar de se viver. Perdão, Coréia do Norte.

PRÓXIMO TEMA: Poesia

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um texto de caráter apelativo.

Vai lá. Digita "crack" no google. Achou alguma coisa? (Veja bem com que olhos você está lendo esse 'alguma coisa'). Não me refiro às informações que todos já sabem, às quais todos se referem, as quais são ignoradas. DUVIDO que durante aqueles 'trabalhinhos' escolares sobre drogas você tenha se importado o suficiente com o assunto. Lembra do que escreveu, do que falou, das pessoas que você pesquisou? Se sim, pa-ra-béns: uma estrelinha rosa fúcsia no meio da sua testa.
A meu ver, 'alguma coisa' não existe. Principalmente se for a internet a dar as informações. Não acho - em hipótese alguma - que alguém se convenceria a parar de usar crack lendo letrinhas. Vamos recorrer ao usado&abusado Wikipédia (cúmulo do ridículo): "Crack é uma droga de uso recreativo, sendo composto por pasta básica de cocaína misturada com bicarbonato de sódio, sólida em forma de cristal, que pode ser fumada.[1] A droga chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido a área de absorção pulmonar ser grande. Em relação ao seu preço, é uma droga mais barata que a cocaína..." blá blá blá. E daí, né? Foda-se!
Falo isso, porque um viciado vai olhar o mundo e vai continuar querendo crack; vai olhar para os anúncios de televisão que falam uma notinha sobre mortes devido ao vício... e ele não vai conseguir parar; vai olhar para a própria vida e talvez não se comova. Pelo contrário: está tão fora de si que se for preciso matar para conseguir a sua "preciosidade", ele o fará.
Atualmente, a problemática das drogas mais letais como o crack é ignorada até pela polícia. Vide o caso da cracolândia, em São Paulo, onde as pessoas sentam, consomem e vendem ao lado das patrulhas policiais.
Como parar então? Não sei. Ajuda médica? Também não sei. Suicídio, morte...? Crack já leva a isso, não precisa nem pensar em fazer. A única coisa que eu tenho - um pouco - de certeza que ajuda é o apoio. Se você conhece alguém que consome esse tipo de droga, ou qualquer outra, não desista desse alguém. Não o deixe sozinho. Se fosse você, gostaria de ser deixado para trás, tratado como fardo ou até mesmo olhado com pena? Aposto... que Não.
Próximo tema: A quebra do monopólio na mídia

domingo, 29 de novembro de 2009

Loira fará Turismo na Fazenda

Loira (oxigenada, porém loira), cabelos longos e lisos (aplique e chapinha diária), corpão (uns quilinhos a mais) e usando um vestidinho curto...Normal uma mulher com estas características chamar a atenção. Olhares de reprovação, de inveja, de aprovação da ala masculina...
Mas o que aconteceu na faculdade UNIBAN extrapolou o limite da obviedade.

Gritos, xingamentos, ameaças de estupros...Por essa Geisy não esperava. Não esperava que uma blusa rosa sem legging (sim, aquilo é uma blusa, vestidinho é coisa maior) fosse transformar sua vida.

Ganhou holofotes, virou manchete em todos os jornais do país, foi capa de revistas, participou de programas de TV, ganhou uma música de axé e pasmém, foi o segundo assunto mais acessado na internet no mundo no dia 10 de Novembro, perdendo só para a notícia da execução por injeção letal de John Allen Muhammad, que em 2002 ficou conhecido como o atirador de Washington.

A loira afirmava que não estava interessada em fama, mas ela não perde uma chance de aparecer na mídia, inclusive vai desfilar na Porto da Pedra. Qual é o próximo passo? Ir pro BBB? Ih não...lugar de pseudo celebridades é na Fazenda. Chamaram de vaca, agora só falta ela ir pra Fazenda. Alguém duvida?

Próximo tema: Crack

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Gás, muito gás.

O menino do balão é um travesso. Uma mentira. Uma boa mentira contada no Cartoon Network nos tempos em que eu tinha o canal no número 47 na TVA, em semblantes anos 90. Comparar à história do padre brasileiro seria idiotice, uma vez que o padre tem dicernimento pra lá de batido sobre o que é consequente ou não.

Uma vez, quando criança, pensei que era o super homem. Quase me suicidei. Juro. Meu êxtase em voar, somado a minha ingenuidade e minha inconsequência, me levaram ao delírio explícito em me jogar da sacada do meu antigo playground. Minha empregada e seus 'super poderes' me resgataram no ar. O mesmo ar que eu não sentiria mais alguns segundos depois.

Ser criança é viver esse turbilhão de experiências sem medo de ser feliz. O único medo era de depois de um dia de travessuras, ter de enfrentar os bichos papões do Fred Kruegger e a menina do O Exorcista nos pesadelos.

Os pesadelos atormentam àqueles que ficam no chão e não ousam voar, com balões de hélio, naves de alumínio, foguetes intergaláticos ou mesmo o famoso voo de consciência. Condenar este menino seria condenar minha infância inteira. Dar as costas ao que tornou simples estas palavras e simbolismos complexos.

Fui e somos meninos atormentados e bombardeados por estimulos a todo tempo. Queremos comprovar se eles mentem ou se falam a verdade. Queremos experimentar algo que nossos pais falam que fazem mal só pra falar que eles estavam certos ou plenamente enganados.

Comemos Trakinas, Batatas do McDonald's, Tri Kids do Bob's, Fandangos, Baconzitos e Cheetos. Masclamos Bubaloo (o famoso BABALÚ), Ping Pong e pastilha Garoto. Soltamos ao ar o Pirocóptero, desbravamos a bala de côco nos aniversários e nos empanturramos de jujuba nos juramentos de gula.

Somos anarquistas mirins no seio capitalista de se consumir o próprio anarquismo. Só com a diferença que não fazemos a ideia do que isso seja.

No final, queremos um balão cheio de balas pra estourar, um saco pra encher e um balão pra chamar atenção do mundo todo.

Com a união dos seus poderes eu sou o capitão planeta.

Próximo tema: Caso da Uniban

domingo, 18 de outubro de 2009

Quem são eles?


Aquele domingo que não é chuvoso e nem ensolarado. Aquele dia em que não é nem cheio e nem parado. Aquilo que não é nem presença nem ausência. Estou cansada, cansada de não ter motivo para estar cansada. Estou cheia da minha vaziez. Nâo posso mais continuar não sendo ninguém todos os dias, eu tenho que ser alguém. Certo?


Não é isso que todo mundo sempre disse? Que nós temos saber quem nós somos, que nós temos que fazer aquilo que gostamos, que não temos que imitar ninguém e que nós temos que buscar a felicidade?Mas quem disse isso? Quem disse que existe felicidade? O que é felicidade?Porque achamos que a felicidade está sempre fora de nós? Quem inventou que temos que querer sempre mais?


Isso é completamente idiota. A propaganda da felicidade é a pior que existe, pois não a percebemos. E é ela que mexe com tudo. Então, ao invés de aceitarmos o que temos, aceitarmos aquilo pelo qual lutamos ou nos dirigimos para, ficamos sempre olhando para a janela vendo o dia ensolarado e desejando que chovesse um pouco porque está muito quente.Não aproveitamos nenhum dia, porque queremos o dia seguinte. E eu estou cansada de todo esse papo de em busca da felicidade. A busca é eterna.


Não há busca, não há felicidade.O que existe é uma vida e devemos vivê-la. A vida lateja para que a vivemos e nós deixamos-na no "hold" para aproveitar no dia em que estiver tudo perfeito.


Cada vez mais nossa sede por realização aumenta. Aquele consumismo de alegria, aquele consumismo de agitação, de risadas. Nunca acaba. Eles estão sempre nos dizendo que ainda há mais alguma coisa pela qual lutar, pela qual sofrer por não se ter.


O casamento, os filhos, o marido perfeito, a carreira de ouro. Tudo foi dito por alguém que não sabemos quem foi e foi repetido por anos e anos e anos e séculos e milênios, e aqui estamos nós, alimentando mais ainda a indústria da felicidade.


Eu quero gritar, mas o que tem dentro de mim não merece um grito. Eu quero chorar mas não tem nada que me motive a isso. Eu quero rir, mas não vejo graça em lugar nenhum. E será que isso surgiu daonde? Eu estou agora passiva perante os outdoors de sorrisos recheados de emoções imperdíveis?


Não quero mais buscar o mais dentro do que já existe. Eu não quero mais ceder aquilo que os outros me dizem que eu deveria querer. Eu quero já aquilo que está dentro de mim, mesmo que não seja nada.


Sim, eu estou vazia. Mas a felicidade está mais ainda.

Próximo tema:

menino do balão.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pra quê titulo, merda?

Esse título é uma grande banalidade. Pra quê ter título? Pra que ter um blog? Por que ter 990 amigos no Orkut? Por que eu, político que sou, não superfaturaria uma obra? Por que colocar brilhantes nos dentes, colar de ouro e casacos de pele e dizer que eu sou o bom? Por que evitar os adolescentes de ter relações sexuais? - Tudo está ficando banal. Você escolhe qual banalidade irá cercear a sua pessoa.

Eu tenho as minhas: as de me vestir todos os dias pra ir para a faculdade se na faculdade as pessoas são tão nuas e sujas que nem eu; de achar que esse blog possa dar algum fruto pra pelo menos alguém; achar o Ronald Rios engraçado pensando ilusóriamente que ele possa ir para substituir toda 'Zorra Total' da Globo.

O tempo ficou banal, e minha falta de noção também.

Com a palavra, Ronald Rios (Para a MTV).



...Alias, Banalidade, se vc botar pra procurar no Google, vai sair assim: "Você quis dizerrrr: Dado Dolabella".

Banal é ser roubado pelo seu governante e ficar parado! (como eu estou)

Banalll... Banal. Texto grande é banal. Mal dá pra ler.

Tchau.


Próximo Tema: PROPAGANDA

sábado, 3 de outubro de 2009

Quando o lar é a indiferença

Brasil, país de indizível beleza e habitat da melhor amostra da espécie humana. Com suas cores e seus ritmos de música e de dança, com a sua raça. Não há população mais bonita do que a brasileira. Afirmo com razão, já conheci gente de quase todos os lugares. Então... Onde foi que eu errei?

Em que momento este grande lar que desperta sentimentos patrióticos tão fortes pode ser o pior pai? Quando passamos ao lado de crianças solitárias nas ruas sem dirigir-lhes o mais frio dos olhares. Não digo que eu também não o faça. Faço e faço todos os dias. Mas porque precisamos fazê-lo?

Há uma história na minha família de que um ladrão que havia roubado a casa vizinha procurou a casa de meu bisavô para se esconder da polícia. As crianças – uma delas era minha mãe – se esconderam no banheiro e a Tia Ana se apiedou do muito jovem “ladrão de galinhas”. Foi escondido embaixo da cama. Meu bisavô já estava doente numa cadeira de rodas e mal falar conseguia. Seu rosto ficava vermelho e via-se que apenas o limite físico o impedia de sair feito um touro expulsando o homem. O Tio André estava sentado na cabeceira da mesa de jantar, onde estivera antes da invasão da casa e de onde não fizera menção de se levantar.

A polícia entrou e revistou a casa. Nitidamente os policiais perceberam que a Tia Ana estava escondendo alguma coisa. Dizia sem parar que “não havia visto ladrão nenhum” e que “não tinha ninguém ali naquela casa”. Foram embora. Meu Tio André continuava na cadeira de madeira e meu bisa acorrentado sem escolha.

Quanto à questão daqueles que não têm casa e habitam as ruas de nosso país, enfeiando e aumentando a violência e medo, creio que existam semelhantes posições. Há aqueles que gostariam de poder levantar da cadeira e gritar, puxar todos das ruas e colocá-los sob tetos e dá-los onde estudar e trabalhar. Mas não podem, são impedidos pela burocracia, pelo dinheiro, pela política, pela vida. E há aqueles que apesar de poderem fazer alguma coisa, preferem assistir de sua bela cadeira de madeira, enquanto tudo que acontece em volta é um grande improviso. Aqueles que não sabem bem como ajudar acabam dando um “jeitinho” que vai adiantar por pouco tempo, sendo defendido com grande insegurança.

Mas, porque iriam, os grandes donos de cabeceiras, se preocupar? Não se permitem gastar uma gota de suor. São apenas uns merdas, uns ladrãozinhos.

Minha tataravó era cortesã. Meu tio tinha tanto sangue azul quanto os sujos que povoavam as ruas e roubavam suas casas. Ninguém é escória e ninguém é elite. São todos brasileiros e todos têm direito de considerar esse país tão maravilhoso quanto ele é.

Próximo tema: Grandes banalidades

2016: o ano

Pronto, é nosso. Depois de vídeos pulicitários, campanhas na rede, falatório na fila de bancos e comentários no Twitter; o Rio de Janeiro carrega não só o título de sede das olimpíadas de 2016, mas a responsabilidade de ser o primeiro representante da América do Sul. Chicago encontra-se perplexo, Tóquio diz-se feliz e Madri com dor de cotovelo. Apesar dos pesares, é difícil negar o merecimento da Cidade Maravilhosa, que precisava desta alavanca depois de tanto tempo perdida entre manchetes negativas publicadas em jornais.

São Pedro parecia já anunciar a então vitória: depois da semana chuvosa, o sol agraciou centenas de cariocas que compareceram à praia de Copacabana para comemoração prévia. A festa pós-anúncio não foi muito diferente em Copenhague, Dinamarca. Pulos, gritos, corações acelerados e olhos visivelmente emocionados. Afinal, aqui estamos nós: fazemos parte do G-20, descobrimos pré-sal, diminuímos a desigualdade social e somos sede dos jogos olímpicos de 2016. Demorou, mas agora o Brasil começa a mostrar sua cara.

Não me venha com chorumelas: reclamar da educação brasileira, poluição do pré-sal, corrupção política. De fato, tudo procede, mas – como sempre –, neste momento de ufanismo, não custa fingir não notar (fazemos isso 24 horas por dia). Vamos ser felizes e ter esperança por algum tempo, se tem muito a perder. Viso logo o primeiro ponto positivo. A economia do país sofrerá grande movimentação em consequência dos jogos; gerar empregos vem quase como peça aliada do pacote “sede olímpica”. Sem contar com a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Barra da Tijuca. Os que se encaixam na categoria “eco friendly” já podem ficar mais relaxados.

A experiência com o Pan de 2007, foi um bom ensaio. Erros aconteceram e promessas não foram cumpridas. O COI (Comitê Olímpico Internacional) – mesmo sem saber – deu mais uma chance para o governo demonstrar que merece o mínimo de confiança.

Para conhecer mais sobre o projeto, a cidade e até mesmo se candidatar para ser voluntário nas Olimpíadas de 2016, acesse o site: www.rio2016.org.br





Próximo tema: Moradores de Rua

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Título Vulnerável

Sou terapêuta, super-homem, centrado, pseudo-realizado. Sou vulnerável ao meu ego. O Brasil é um paraíso, reduto cultural popular, chique-assado. É vulnerável à sua confusão. 'C.B.' (colaboradora deste blog) é dançarina-prodígio, escritora nata, sex-appealizada. É vulnerável aos seus medos. Perturbadores medos que cerceam seu potencial de experiências.

A vulnerabilidade está em todas as esferas, está em todas ações e risco. Lidar com ela é usá-la como aliada. Estive num curso de sobrevivência na selva, na Amazônia. Lá aprendemos à não tratar a natureza como inimiga e sim como aliada. Você se coloca vulnerável, assim como ela também se coloca quando a queimamos. Nem sempre a natureza tem chuvas nas horas certas para apagar esse fogaréu arruaceiro, nem sempre temos tranquilidade para evitar o pânico para achar ajuda à tempo.

Neste exato momento estou vulnerável à vulnerabilidade proposta neste blog. O Blog já esteve vulnerável à críticas pesadas quanto ao seu conteúdo, corrigido de uma forma em que as pessoas o digirissem como democrático-adulto, sem tempo para pseudo-pré-conceitos. Estou vulnerável aos que me lêem neste exato momento. O texto está chato? Perdeu o seu tempo? Talvez. Estamos todos vulneráveis a tal situação.

Estou vulnerável à um texto grande, repetitivo, fraco, sem base e amador. Encarar a vulnerabilidade é ter personalidade de estar onde outros estariam com medo, aparecer onde os outros desapareceriam. Vulnerabilidade é uma eterna crise que você enfrenta e enxerga as melhores oportunidades para você, para o país ou para uma colaboradora do Línguas Presas.

...ou quem sabe, para um presidente da república:



Próximo tema: Rio 2016

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Zumbido

Acho que o medo é um pouco espelho da gente. É um pouco como as entranhas, que a gente olha e se espanta com a própria feiúra. Mas ai a gente vai aprendendo a maquiar essa feiúra e de repente não sabemos mais o que somos a partir do momento que não sabemos o que tememos.
Quando uma criança leva um susto é uma coisa engraçada de se ver. Um dia desses, eu estava andando na rua e um pombo voou perto de um menino loirinho que segurava a mão do pai. O seu susto foi tão grande e tão verdadeiro que ele começou a chorar. E quando eu achava que ele já tinha se recuperado, abria a boca mais uma vez e exprimia aquele gemido que saía em forma de mais lágrimas. Seu rosto brilhava de tanto medo, e parecia que jamais iria passar.
Hoje fui descer uma escada e vi uma abelha que flutuava mais ou menos na altura da minha cintura. Ali permaneci, estática como se a abelha pudesse cheirar a minha fobia. Não me movi, apenas os olhos iam seguindo o seu voo estranho. Só fui capaz de descer quando uma mulher me passou a frente e desceu o primeiro degrau. Não lhe segurei a mão porque tive medo de ser repreendida, mas praticamente lhe pisava a barra da calça.
Será isso um pouco de solidão no final das contas? Será que no fundo, o medo não é um pouco de carência? Precisamos do medo para que tenhamos alguém para nos dizer que vai dar tudo certo, é só acreditar. Precisamos do medo para que possamos fazer os outros se sentirem úteis, para que precisemos de proteção e direção. Precisamos do medo para que nós mesmos possamos nos dizer que somos capazes.
Reafirmamos-nos para nós mesmos ao descer uma escada guardada por uma abelha ou ao não desistir de fazer alguma coisa que pode não dar certo. Acreditamos mais que somos capazes se passarmos por aquele grande estágio de temor e dúvida.
Temos medo de tudo. Medo de barata, de ser diferente demais, de ser igual demais, de falar muito, de se fuder, de amar, medo de ter medo. Temer a si mesmo será o maior de todos. Nunca haverá algo mais assustador do que a vida que carregamos latejada. Por isso ficamos olhando a abelha voando. Estamos sempre na porta em pé, paralisados sem descer a escada. A abelha desafia a nossa apatia, e quando descemos atrás de alguém, mostramos a nossa relutância em participar da vida. Mas ela fica zumbindo na nossa cabeça.
Aquilo que nós temíamos na infância era que virássemos adultos como os nossos pais. Chorávamos por causa de um pombo porque assim nos lembraríamos de nossa ingenuidade e nos confortaríamos com o colo da mãe, ou a risada do pai. O que tememos agora é a nós mesmos. Não queremos saber nossos verdadeiros limites, então preferimos nos limitar o tempo inteiro, porque é mais fácil se surpreender depois.
A coragem precisa de uma companhia, de uma mão no ombro para seguirmos em frente, e nós definitivamente gostamos e nos agarramos nisso. Talvez encarar logo as entranhas e se espantar fosse mais fácil, mas definitivamente, seria muito menos doloroso, e portanto, muito menos prazeroso. Evitar a vida parece mais interessante do que descobri-la.

Próximo tema: Vulnerabilidade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Teoricamente falando

"Uma teoria jamais é uma expressão perfeita da realidade, mas um modelo pelo qual essa realidade pode ser descrita e compreendida."
Confesso que tive de recorrer ao Google para poder me situar no tema - convenhamos que dissertar sobre teorias não parece ser das tarefas a mais fácil. A princípio, considerei um conceito bastante inflexível, rígido. Até que, na Wikipédia, me deparei com tal frase e comecei a mudar de ideia.

Quer dizer, segundo esse conceito, criar teorias é mais que um hábito. É um comportamento involuntário, constante na rotina de qualquer um. É uma daquelas coisas que a gente faz sem perceber, tipo se coçar quando tá nervoso, ou fugir do olhar alheio quando mente. Só que é muito mais constante e recorrente, e ainda assim não o percebemos.

Toda vez que nos encontramos em uma situação inédita, começamos automaticamente a criar teorias. Tentamos ao máximo descrever e compreender tudo o que se passa ao nosso redor, senão justificar. O inexplicado parece não fazer sentido, incomoda e inquieta o ser humano. Só nos damos por satisfeitos quando encontramos alguma explicação para o desconhecido.

Sempre foi assim, desde os primórdios da humanidade. Teorias vêm da curiosidade e insatisfação que insistem em nos lembrar que há muito a se conhecer e desvendar por aí. E, mesmo quando não encontramos respostas suficientemente satisfatórias, criamos mais teorias.

Até mesmo quando se têm fatos e leis estabelecidos há quem insista em teorizar discordando daquilo que todos têm em comum acordo. Galileu que o diga! O cara morreu dizendo que a terra era redonda, deu a vida pelas próprias ideias... E ninguém levava a sério. No final das contas, quem tava certo era ele e sua teoria.

Teoria do caos, teoria da conspiração, teoria da evolução, teoria do big bang, teoria da relatividade, teoria quântica, teoria da gravidade, teoria da relatividade.

Teorias famosas nada mais são do que opiniões e conceitos que fizeram sucesso. Mas, ei, eu também sou uma teórica, você é um teórico. Uma fofoca é uma teoria, uma reportagem é uma teoria, uma resenha é uma teoria, um documentário é uma teoria. Afinal, também são opiniões, não?

E, olha, se der mole, até eu acabei de criar uma teoria no meio de tanta confusão...

Pra encerrar a história, deixo aqui a sugestão um filme que põe em prática toda a teoria descrita acima, hahah. Em Zeitgeist, se aborda com muita ousadia e inteligência uma série de fatos e temas conhecidos mundialmente, fazendo com que o tom crítico e questionador do filme remeta à Teoria da Conspiração. É dividido em três partes, que colocam em foco e duvidam da veracidade e idoneidade de temas como o Cristianismo, os ataques de 11 de Setembro e o Banco Central norte-americano.
Ele foi lançado virtualmente através do Google Videos, e pode ser assistido por inteiro nesse link (ou ali embaixo, pra quem não se importar com o player pequenininho).
Recomendo com muita expectativa de que aprovem, pois trata de questões polêmicas sempre utilizando uma argumentação muito bem embasada e objetiva.

Beijos e até a próxima.

-

Próximo tema: Medo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A chama que se apaga

Voltei a escrever depois de tanto tempo por falta de amor (tema proposto por este que vos escreve). Falta de tesão. É o que amor representa. Tesão por alguma coisa. Tesão por arte, mulher, diversão, simplicidade e complexidade.

O amor entre pessoas é mágico assim como é mágico meu amor por novidades, informação e auto-conhecimento. As pessoas deveriam, ... deveriam nada. O tesão das pessoas têm férias e vale-transporte. Vêm e vão, do teto ao chão. Eu descubro o amor em pessoas que não o têm e nas que o têm demais.

É estranho dizer descobrir amor nas pessoas que não têm muito desse sentimento. Mas a vontade de colorir um livro esmoecido pela velharia morta dá tesão também.

O amor inspira, assim como me acontece agora. Inspira momentos de fúria e ódio, de intenso prazer que se torna coerente ou não. Ser coerente não é muito a dele. A coerência é pensada depois da explosão amorosa, que te cega, desnorteia e canibaliza.

O amor corporal, intelectual, bizarro, artístico e filosófico transpira e transborda do nivel moral e ético em sua essência. Tabu é a palavra que o amor mais quebra. Se torna uma dualidade necessária.




Ele é bobo, ingênuo, malandro, cafajeste (foto), sincero (em alguns desejos ou em sua totalidade). Te transforma, te convence e te destrói. Muda o foco, mobiliza pessoas e seu inconsciente. É puro enquanto desejo e ácido enquanto eternidade.


Pensei em um vídeo que resulta em amor artístico e humano. A letra é um pedido de desculpas e uma volta pra casa. Mas o vídeo é revelador e provocantemente sensual, que explica (artisticamente) como ela 'voltou' pra casa. Deixo para o Kanye West fazer o estrago:



Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=mEccxPPwXmI&feature=fvst

Amo vocês, #not.

PRÓXIMO TEMA: Teorias
*quem quiser escrever o próximo tema, só comentar. Ou eu lhe poupo.

sábado, 18 de abril de 2009

Com Unidade

Diferentemente iguais. Sorrisos endiabrados, como dizem os autores cotidianos: moleques. A levada que se finca em uma encruzilhada mais complexa que a demarcação de uma fronteira política delineada por rios. A levada que eles têm são finamente apuradas. Os desafios contantemente provocadores, o ar contestado de paradoxos vindos de dentro e, principalmente, de fora os fazem crer que é um lugar pra se viver de verdade. Onde o ser humano encontra seu lixo e a sua beleza. Assim, bem explícito. 'Somos uma terra de ninguém liderada por poucos e por muitos, por nós mesmos'. É um corpo humano, é a complexibilidade de um emaranhado de teias que, mesmo não sendo lineares e fugazes que nem de uma aranha, chegam à um lugar próximo, senão distante do mesmo fim. O sangue que sai diante de algumas balas perdidas na imensidão do sítio transforma o lugar como um inferno de picadas de abelhas, onde um repelente é muito mais do que necessário para se manter vivo. Bizarro? Não vejo este sentimento desde os tempos em que sentava em frente ao grande e a figura mais influenciadora da cultura americana na televisão: MacGaiver. Ele se destacava pelas astúcia de sair dos lugares com um pensamento simples, como um chiclete e uma caneta. Na favela, comunidade, ou qualquer coisa que a chamam, há milhares de MacGaivers, um pouco menos maquiados, porém, igualmente corajosos de driblar as inconstâncias paradoxais e viver intensamente, na dor, coragem e libido extremamente postos em seu meio social-local.

Eles têm um amigo, um falso-amigo, que finge estender a mão para ele e, no final, o interesse é tão óbvio que parece ter algum senso de credibilidade. Faço um trabalho social em uma favela (foto), não distante de minhas indagações, acredito que ajudar a mudar de algumas pessoas não salvam uma comunidade, que dirá o mundo. O mundo gira em torno de perdedores e ganhadores. A mente humana não permite tamanha bondade. A bondade extrema é para poucos. Hipocrisia é uma palavra divina e que se encaixa perfeitamente neste âmbito. Somos capazes de destruir as nossas vidas, porque não faríamos com as de outrém? O Estado junto com a "sociedade" contribui para isso. A recente reviravolta que aconteceu na Tailândia diz o contrário. Qual o motivo? O amigo explicitou o seu mau-caratismo. Porque não acontece aqui? Porque amanhã eu vou poder comer meu caviar no jantar e continuar a ver estes pobres sorrisos no Jornal Nacional.

*fotos: Gabriel Zambrone

Próximo Tema: Amor

sábado, 24 de janeiro de 2009

Aguenta tudo

"Sorte de hoje: Amigo é aquele que conhece e ama você como você é". Recebi essa afirmação um dia desses no Orkut com suas sortes/motivações massissas diárias. Se a pessoa é sua amiga mesmo e você a considera como tal, as barreiras de defeitos, imperfeições e até as patifarias são deixadas de lado. Tem coisas que tem preço, amizade não tem. Poderá comprar boas companhias, até porque as pessoas têm a tendência de ajudar o próximo. Mas, não será de coração. O coração fala por certas ações que pensamos, sem querer, no elevador e concluimos... "Esse(a) amigo(a) é foda, mesmo sendo um filho da puta" - seguido de uma risada.

Quando a pessoa é amiga mesmo, até um quesito delicado como dinheiro fica com um certo desconto. Inconscientemente é como esse desconto fosse dado por tudo de bom que esse 'filho(a) da puta' te causou ao longo de todo o tempo de amizade. As gracinhas, imitações, favores, apresentar potenciais 'caras-metade' e também, fazer aquela merda juntos, sem nenhum tipo de contraposição ou repressão.

Já ouvi há alguns bons anos uma máxima bem adotada: "Amigo não aparta briga, já chega com uma voadora". Haha! Esse é o espírito. Uma das melhores coisas pra fazer com amigo é relembrar as pérolas do passado e ver como estamos e como éramos tão patéticos diante as coisas da vida. De um bar pode sair um amigo, porque temos amigos dos amigos (sem referências criminosas, por favor), e esses amigos dos amigos podem ser legais. Até porque, são amigos do(a) meu(minha) amigo(a).

Brigar com amigo(a) é pior que brigar com namorado(a). Até porque se você for brigar com seu(sua) namorado(a), quem irá aturar seu telefonema ou sua chatisse? A parede pode até ouvir, mas não responde porra nenhuma! Um amigo, não importa o sexo, pode virar companheiro de atividades, sócio em algum empreendimento, padrinho de alguma ocasião e até, simplismente, no conselheiro mor.

Sim, peidos, arrotos, derrotas, vitórias, risadas e podres: Quem é amigo conhece e aguenta todas!


Próximo tema: Favela

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Questão de Referencial

Qual a diferença entre viver o dia-a-dia e passar 24 horas mais uma vez?
Qual a diferença entre sexo e amor?
E a diferença entre brasileiros e argentinos? Qual é?

Essas dentre muitas outras perguntas me vieram à mente ao ler o tema. É um pouco complicado pra mim escrever, já que falo horrores e penso três vezes mais. Acabo perdendo o fio da meada. Mas também, de que serve um texto coeso e sensato sem um conteúdo?

Sem mais questionamentos e justificativas precoces, creio que já é hora de desenvolver sobre o tema proposto. Ok.

Na verdade, somos todos humanos, vivemos todos no mesmo planeta, todos temos necessidades fundamentais à vida. O que nos torna DIFERENTES um do outro é a essência de cada um, o que cada um de nos faz quando está à toa, o que pensamos, gostamos, vemos, sentimos e vivemos. Imagine uma máquina de pegar ursinhos de pelucia, ha varios ursinhos, cada um com sua cor, tamanho e textura. Diferentes, porém iguais. Para mim, são todos ursinhos de pelúcia. Há quem pense que eles são completamente diferentes. Confesso que muitos nem ursinhos são, mas ok.

Aonde quero chegar com essa metáfora ridícula e infantil é no que tange à vida em si. Penso cada dia mais em viver momentos prazerosos e evolutivos tanto para mim quanto para a sociedade ao meu redor. E as diferenças de cada um tornam esses momentos sempre mais prazerosos, pois são sempre experiências novas, que eu não vivera até então. Sempre momentos inusitados, por mais que com as mesmas pessoas, são DIFERENTES sensações, sentimentos, visões, fotos, conversas, cigarros, beijos e picolés a cada dia.

Olhe ao seu redor agora. Quantas coisas DIFERENTES e com funções DIFERENTES que lhe trazem vivências DIFERENTES. Veja fotos antigas suas e perceba o quão DIFERENTE você está e imagine o quão DIFERENTE vai ficar. Lembre do que pensava antes e compare com o que pensa agora. DIFERENTE? Pois é... Você mudou bastante, rapaz! E quais serão sua proximas mudanças? Você decide. Ligue para 0800- ... hã! (perdão, senhores. Perdão).

Mudanças ocorreram, ocorrem e ocorrerão na sua vida. O que difere a felicidade da tristeza é como encaramos essas mudanças. Não tenho nenhuma certeza, nem muito menos uma prova de que existe vida após a morte, portanto creio que vale a pena sugar ao máximo a minha. E para tal, creio ser de suma importância a vontade de viver bem com tudo e todos, cada segundo de cada dia da minha vida. Aí mora a DIFERENÇA pra mim. Muito mais do que um sinal de igual cortado. Muito menos do que uma cerveja com os amigos.

Serei diferente sempre que me notar diante de uma situação desagradável, procurarei sempre encontrar soluções e aprendizados diferentes, me relacionar com pessoas e culturas diferentes, comer coisas diferentes, beber coisas diferentes, fumar coisas diferentes, jogar coisas diferentes e ate mesmo dormir em lugares diferentes. Descobri agora ao escrever esse texto que sinto um prazer imenso pela mudança. A adrenalina de coisas novas ainda não vividas por mim.

Creio que tenha me expressado de forma compreensível... Caso contrario, mil perdões.

E por falar em diferente...



Só dá maluco!


PROXIMO TEMA: Amizade.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paz

Guerra.
Quando penso em guerra penso na Rádio Cidade, 102,9. Rádio que não existe mais. Lembro porque era uma rádio que gostava fazia versões de músicas. Tem uma versão da música 'A Canção do Senhor da Guerra' da Legião Urbana. Era a época da invasão do Iraque pelo Bush filho. Acho que a música define bem a Guerra.



Destaco a parte que Arnaldo Antunes ressalta que nada justifica a Guerra. E uma rádio concorrente tinha uma música falando que para fazer a Paz faria Guerra. Não é a Paz que todos buscam? Então sempre haverá Guerra. Na verdade o tema é sobre a Guerra. Guerra são tantas. Essa mesmo da Palaestina e Israel.

Lá tem: o muro das lamentações (judeu) 1km para o sudeste tem o Santo Sepulcro (católico) e mais 500 metros uma esplanada de Mesquitas (não me recordo agora qual o fato de Maomé tem por lá). Nessa mesma região os católicos fizeram uma baita Guerra conhecida como Cruzadas! Não é chamado de Guerra. Mas acho que a Igreja Católica (Igreja, não a religião) seria uma batalha muito mais complicada do que com o Hamas. Isso se liga com o fato dos EUA, e seu congresso que muitos dizem ser repletos de judeus, não ir contra Israel. Vamos ver o que o Obama tem a dizer, o presidente, não o Bin Laden. Só que isso é outro ponto.

A questão é que a região é Santa e diferentes grupos querem o mesmo pedaço. Como também outras guerras. A do Iraque é mais para o lado econômico. Esse tipo de Guerra creio ser menos cruel. Veja o Japão. Levou duas bombas atômicas dos EUA. Hoje o Japão só é o que é tecnologicamente porque os EUA investiram e muito nele. Isso foi o que não aconteceu no final da Segunda Guerra, quando os americanos não concordam com o Tratado de Versalhes que resulta em grandes perdas para a Alemanha. E essa humilhação é a arma de Hitler para que seja amado pelo povo, quase como uma religião. Voltamos para os judeus...

As Guerras ocorrem em todo lugar, com qualquer espécie. Mesmo com árvores em busca da luz solar! A diferença é que o homem pensa, ou deveria pensar. E como quero falar da Paz vou dar as notícias do momento: vários africanos são ajudados anualmente por forças voluntárias sérias! Muito se ganha pelo direito à vida em vários locais do mundo. Mas o que vende é a destruição. A PAZ não se vende! Problema é de quem compra e de quem quer vender. Já que não é só o mercado que faz o produto. O produto cria mercado!

Chopin viveu na Europa pós Revolução Francesa/Napoleão, quando haviam várias guerras entre o Absolutismo dos Reis, o Socialismo dos Operários e a Liberdade dos Burgueses. E essa música, pelo título, é relacionada à Guerra.




Muita PAZ a todos.

Fabrício
--------

Próximo Tema: A Diferença

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A culpa e os delicados pedidos de moderação


Foto: Eyad Baba/AP


por John McCarthy


"A invasão de Gaza por Israel ocorre na sequência de uma pesada campanha aérea - justificada como uma retaliação pelos foguetes do Hamas lançados no sul de Israel. Cada foguete ou morteiro disparado da Faixa de Gaza é reportadi pela imprensa internacional e, no momento em que escrevo, mais de 400 foram contabilizados durante a semana.

Detalhes dos ataques israelenses são bem mais difíceis de encontrar, mas, segundo o relatório semanal da Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, a Força Aérea Israelense teria lançado 400 bombas. Não ao longo dos últimos sete dias, mas nos primeiros minutos de sua operação em Gaza. Essas e centenas de outras bombas já mataram mais de 400 palestinos. Os foguetes do Hamas causaram somente quatro mortes.

Os israelenses esperam que seu governo puna os ataques e, com eleições marcadas para dentro de um mês, os políticos estão ansiosos para se mostrarem prontos a fazer qualquer coisa para proteger seu povo. Ehud Barak, o ministro da Defesa do governo de coalizão, viu a sua aprovação, bem como a do Partido Trabalhista que lidera, subir nas pesquisas de opinião como resultado da campanha contra o hamas, chamada por ele de 'uma guerra até o mais amargo fim'.

Ainda assim, depois de uma semana de ataques aéreos, o Hamas continua lançando foguetes - e com alcance cada vez maior. Parece inevitável que a campanha militar avance, causando mais e mais mortes de civis, até que a pressão internacional por uma trégua se torne forte o suficiente para promover um cessar-fogo.

Embora a resposta desproporcional já tenha provocado diversos pedidos de moderação por parte de vários organismos internacionais, o governo israelense continua a se retratar como uma vítima passiva sob ameaça. Ehud Barak descreveu Israel como 'uma vila no meio da selva' e um local civilizado cercado de hordas de selvagens.

Eu já encontrei diversos israelenses que se veem exatamente assim, convencidos de que o resto do mundo não entende seu sofrimento e de que a única coisa importante é deter os foguetes do Hamas. O relatório da ONU da próxima semana deve apontar que, por conta do bloqueio imposto por Israel, alimentos, medicamentos, água e combustível estão tão limitados que Gaza se encontra à beira de um desastre humanitário. Mas a chanceler de Israel, Tzipi Livni, nega tal problema e divulga a amplamente aceita teoria de que o sofrimento das pessoas que vivem em Gaza é consequência de sua tolerância à liderança do Hamas.

Essa intrensigência é tão surpreendente? Israel vem ignorando, impunimente, inúmeras resoluções da ONU sobre o retorno de refugiados palestinos, sobre o fim da ocupação na Cisjordânia e sobre o fato de encorajar seu próprio povo a se instalar nos territórios ocupados, entre outras.

E por que não há real pressão para que as cumpra? O fato é que Israel detém a mais poderosa influência psicológica sobre o imaginário coletivo mundial que carrega a culpa pelo Holocausto. Isso significa que, embora o mundo possa, esporadicamente, fazer críticas a Israel, ninguém ousa ir muito além, talvez por medo de ser acusado de anti-semitismo ou de estar, de certa forma, atacando um povo que historicamente já sofreu tanto. A tragédia é que, agora, um outro povo, os palestinos, está sofrendo por causa da hesitação do mundo em ofender Israel.

Quantas vezes mais o mundo pedirá com delicadeza para que 'sejam mais moderados' enquanto as telas de nossas televisões continuam mostrando civis encolhidos sob ataques aéreos e hospitais incapazes de tratar os feridos? Sim, o Hamas deve interromper seus ataques. Mas, sobretudo, é hora de Israel ser cobrado para que reconheça o desejo da comunidade internacional".

* JOHN McCARTHY, sequestrado no Líbano em 1986 e mantido em cativeiro por cinco anos pelo grupo Jihad Islâmica, escreveu este artigo para o jornal "Independent", traduzido pelo jornal "O Globo" em 05/01/09.

----------------------------------------------------------------------------------

Próximo tema: Guerra

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ano Novo



Para ver com melhor qualidade, veja em:
http://www.umsabadoqualquer.com

-----------------------------------------------------------------------------

Próximo tema: Tema Livre