Ontem eu descobri que na minha mão existem duas linhas da vida. Uma começa e vai se atenuando, apagando-se, até deixar de existir. A segunda encontra-se com a primeira através de uma bifurcação. "Nunca vi isso. Você tem vidas paralelas", - você terá que decidir de que maneira quer ver seu sol nascendo. Eu tenho uma profecia nas linhas da mão, desconhecida e talvez errante. E se não for eu a mexer nos fios das minhas ações?
Chegará um certo momento que eu terei que desmitificar meus próprios medos.
Erro de principiante: qualquer hora é hora de assumir a própria vida. Encarar nosso palco de teatro. Sermos protagonizantes, e não mera sombra ilustrativa.
Mas eu temo o que, então?
Medo dos fios que me seguram me prenderem no palco, delimitanto meu gozo, meu riso, meu choro. E se eu quiser pular em cima do público? "...brincar de ser feliz, ...cuidar do meu nariz?"
E se eu pegar a rosa que me dão de presente e descobrir que não sou eu quem está sangrando por ter ido de encontro ao espinho. Pior ainda: descubro que a dor sentida, não me pertence; as palavras de agradecimento proferidas, tampouco. Quem o faz são os fios acima de mim: controlaram meus impulsos, enjaularam meus pensamentos, fizeram de mim um instrumento oco, barro inútil.
Vamos, me dá uma tesoura!
Vos dê uma tesoura. Cortem os fios. Todos eles.
Se sinto a batida tênue de minhas veias, é porque tenho corpo.
Se minhas cordas vocais vibram, tenho a palavra. ou o grito.
Se meus músculos contraem, é porque tenho força. ou posso criá-la.
Se vejo o público olhando em meus olhos, isto significa que tenho a capacidade de retribuir a ação. Toda ação tem uma reação. Portanto, seja ação e reação. Seja - tenha - a SUA ação. Não a que os outros querem que você tenha.
Nunca é tarde para pôr as mãos nos próprios fios. Deixar de ser marionete. E ser, pura e simplesmente, você.
Não se esqueçam do mestre Charles Chaplin ao dizer que "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Verdade mata, mas enobrece.
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Um comentário:
pensei que fosse ler uma critica a sociedade!! você me surpreendeu, como sempre :) amei.
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