segunda-feira, 22 de março de 2010

Sem acento

Estreia amanha (sem acento) um homem acordando
Um alarme despertando
O café na mesa

Estreia amanhã
Sem acento
Porque não há platéia

Não há atores
Não há farsa
Todos sobrevivem da interpretação
De suas próprias vidas

Não há palco
Todos boiam na lâmina d'água espelhada
Olhando para cima, os canhões que bombardeiam luzes
Amerelas, azuis, vermelhas, verdes
Apontados em suas direções

Não há direção
Todos os caminhos indicam o mesmo fim
Todas as entradas partem do mesmo começo
Toda terra tem a mesma força

Estreia amanhã
Porque hoje ja passou
E amanhã é um novo dia
Em que o homem vai acordar
E o espetáculo vai começar
Com mais um dia que raiou.

Novo dia,
Nova estreia.

TEMA: Cheiro de Chuva

Um comentário:

Renata Fontanetto. disse...

Que bom que são intérpretes de suas próprias vidas, pois a farsa enlouquece.
Só há um problema: e aqueles que interpretam a farsa em suas vidas?
Prefiro acreditar nas pessoas.