sábado, 27 de março de 2010

Muro Volátil

Pode curvar. Mas não beije o chão. Deixa que o papa o faça. A notoriedade deixa de ser mero brilho quando o mesmo brilho se torna constante. Somos pequenas estrelas ambulantes que fazemos a diferença pra algo em alguma coisa. Até as estrelas mais apagadas têm luz. Uma luz medíocre, apesar de insensata, é luz.

Eu respeito a Lua. A luz que emana não é sua. Mas é por uma boa causa. Como você usa esta luz é que vai dimensionar o tamanho do seu feixe. Seu feixe nada mais é a amplitude que sua luz atinge e como atinge. Existem feixes de luz negra, fluorescente e incandecentes. Desejo ser a incandecente. Que incendeia e esquenta todos os seres frios, com pés e cabeças moldadas rumo ao pôr-do-sol.

O respeito na escuridão é a luz da lanterna que conforta, desafia toda solidão e escassez de um mundo rodeado por entrelinhas, artimanhas e patifarias.

A mulher que desfila no viaduto, se for a mesma que perambula pelos palanques matutos, é o calor do vento. Respeito seu peito, tua bunda, vosso dorso. Um corpo de respeito. Um andar meio sem jeito. Um talento bravo, elegante, sincero.

Respeito é um muro volátil que varia de tamanho, cor e devaneios do superego. É o intelecto que fica cego. É o martelo que fixa o prego o aviso: 'Desce deste muro, invasor insolente'. Mal sabe ela que o meliante é carente e crente que o coração vem da mente.

Levanto ao acabar a apresentação, levanto para falar com a nação, levanto para entrares na refeição, levanto parabenizando a ação, levanto para rodear o tesão, levanto para te olhar de cima à baixo, admirando feito que te respeito.

Tenho respeito à todos que fazem desse mundo o mundo imperfeito, sinceramente, bem feito. Do sol nascente vermelho, ao pôr-do-sol sem medo.

Próximo tema: Tire Onda de Poeta

7 comentários:

Renata Fontanetto. disse...

irrefutavelmente belo.

Clarissa de Andrade Correa disse...

Gostei bastante! A parada da Lua, muito bonito. Parabéns zambrone bocó

Julia Maria disse...

Muito lindo, Zambrotinho Luz Incandescente!

Nelson disse...

Tratou do respeito de uma forma incomum, digamos, respeitável! Muito bom!

João Arthur disse...

"Crescente Beleza que não precisa de nada mais do externo." Acho que consegui descrever. (:

Anna Bisaggio disse...

Gostei da relativização feita qdo vc comparou o respeito a um 'muro volátil'. Mto foda, Zamb! =)

Carolina Bastos disse...

como você diz: bravo. sério, sem mais.