segunda-feira, 12 de abril de 2010

Inexistindo

Você fez tudo aquilo que não deveria ter feito. Depois de meses em silêncio eu te escuto. E tudo aquilo parece-me mais um monte de palavras desconexas e irritantes. Eu queria que você se calasse.

Por favor, a partir de agora, eu deixei de existir para você. Por favor, pare de ligar. Por favor, me deuxe viver minha vida. Pare de viver na minha sombra, pare de pronunciar o meu nome. Você me cansa. Me mata. Me tira a vida a sua voz. Sua voz e o meu nome. Tira-me a vida. Eu não quero. Eu não permito.

A partir de hoje você não tem o direito de falar nada sobre mim. Eu não morri, eu não vivi, eu não te amei, eu nunca, nunca te disse nenhuma palavra doce ou cruel. Eu simplesmente não existi. Eu não existo. Por favor, me deixe não existir. Deixe-me ser apenas uma pessoa esquecida.

Apenas a partir de hoje. Por hoje. Deixe que eu inexista sozinha com os meus inexistentes amores. Deixe que eu caia inexistencialmente nos bares de nuvem. Por favor. Deixe-me não viver apenas a partir de hoje.

Depois, se depois que eu passar a existir, quiseres falar de mim. Fale. Mas não por hoje. Hoje não. Hoje você se cala sobre mim ou voce virará a mulher do padre.

Grata.


Próximo tema: Cazuza

3 comentários:

Renata Fontanetto. disse...

a pessoa que mais vai te ajudar nisto tudo é você mesma.

Gabriel Zambrone disse...

ou no popular.. VAZA SEU MERDA!

Julia Maria disse...

Me lembrei de O brilho eterno de uma mente sem lembranças. As vezes o problema é ser esquecido e não esquecer. Pra mim a maior tortura é saber que sou lembrada pelo que tento esquecer! hahahahaha! Desabafei também! Parabéns, Clarissa, adoro o que vc escreve e o jeito que escreve!