sábado, 29 de novembro de 2008

Emos e Emas: uma nova perspectiva


Ok, ok... sei que o próximo tema é fofoca. Mas esse tema "emo" é um tema um tanto quanto enriquecedor quanto polêmico, portanto achei vital, ou melhor, necessário fazer uma observação mais aprofundada acerca do tema.

1.
Conceituando um emo
Certo, vamos começar com o mesmo ponto de partida do texto anterior: " Vamos considerar que um emo é algo parecido com isso aqui:


1.1- A característica principal desse ser, antes de tudo, de acordo com a visão do senso comum a respeito do assunto é a potencialização das emoções relacionadas a casos amorosos e um comportamento depressivo no dia-a-dia por causa disso. Com certeza, essa é a característica principal do nosso objeto de estudo.

A partir de tal característica que surgem os comentários do tipo: "Larga de ser emo porra!!" (um amigo falando para o outro que está se lamentando pela perda de sua ex); "Cara, pega leve que hoje eu tô meio emo" (pessoa requisitando para que não seja incomodada com piadinhas contra sua pessoa pois supostamente estaria emocionalmente afetada no dia); "hahahaha!! Isso foi muito emo!" (sujeito referindo-se a atitude de carater homosexual); e a mais temida de todas: "cara, não dá muito papo pra fulano não porque ele é emo" (em outras palavras: "toma cuidado com esse sujeito do mesmo sexo que o seu pois a qualquer momento ele pode abusar sexualmente de você!").
Portanto, podemos já concluir de que o termo emo é de caráter pejorativo, negativo e etc...

1.2- Outra característa importante é o som que esse ser ouve: NX-O, fresno, My Chemical Romance, Simple Plan e etc... Que são bandas que refletem todo esse esteriótipo de "afetado", roupas esquisitas, cabelo com franjinha de chapinha, letras de caráter emocional relacionados a temas amorosos e etc... Ironicamente, quase nenhuma (arrisco até dizer NENHUMA dessas bandas admite ser uma banda emo)

1.3- Depois disso que vem a parte do visual, nas palavras da autora do texto anterior: "calça skinny, fazer chapinha no franjão, usar maquiagem, andar cheio de badulaques"

1.4-E por último, alguns hábitos detestáveis como a maneira de se escrever na internet (pasmem, vi a seguinte escrita na comunidade "guitarra - exercícios e teoria"): "OIe SeRá Ki AlgueIm Aih poDem Me PassAA Uns RiFs fOdoEs do N Xis Zeruh?" Mais ou menos isso... Daí que vem os comentários "Para de escrever igual emo porra!" quando alguém apresenta qualquer mínimo traço dessa característica como escrever um simples "non" ao invés de "não.

2- A repressão da sociedade ao emo
Certo, com todos esses hábitos, digamos, diferentes que um emo tem, quando o estilo começou a se popularizar, ele começou a ser reprimido. Uma repressão que antes era piadinha mas foi crescendo cada vez mais.

Lembro-me perfeitamente da raíz da repressão: "na moral, odeio essa modinha emo!" Isso, provavelmente lá pra meados de 2003. Realmente, como qualquer outra modinha era extremamente irritante! Reportagens e mais reportagens na televisão sobre o estilo, apoio da grande mídia... Essa moda durou um tempo. Mas a coisa foi crescendo...

Passado um tempo, o jogo meio que inverteu: a repressão começou a ser tão grande contra os emos que os mesmos começaram a negar o "estilo". Pessoas que se enquadravam completamente no esteriótipo acima descrito passaram a responder: "peraí, eu não sou emo" mesmo se encaixando perfeitamente no quadro, alguns ficavam estremamente revoltados ao serem taxados do mesmo.

O estágio seguinte foi quando o jogo inverteu: a modinha passou a ser odiar emo. Odiar emo passou a fazer parte do senso comum... Ninguém mais se declarava emo mesmo tendo as características do mesmo. Emo passou a ser algo repulsivo. As bandas de EMO (entenda-se Emotional Hardcore) passaram a negar o rótulo, tendo em vista que os próprios fãns não queriam ser taxados do mesmo.
Até que chegamos aqui ao último estágio da repressão... A LEI! Um jovem suicidou-se na inglaterra e a mãe dele acusa a banda simple plan de ser o responsável por o levar a cometer o tal. O debate se espalha pela Europa chegando a Rússia, onde entra em debate no parlamento russo a possibilidade da proibição do estilo no país por ser perigoso a levar jovens a depressão e suicídio (veja: http://musica.terra.com.br/interna/0,,OI3026227-EI1267,00-Lei+pode+proibir+o+estilo+emo+na+Russia.html). Fato, inclusive, que já se repetiu diversas vezes com o heavy metal onde músicos foram acusados de induzir fãns ao suícidio (como ozzy); ou até de induzir o ex baterista ao mesmo (Helloween); ser repulsivo contra os bons costumes, com risco de ser proibida (Twsited Sisters); repulsiva, imoral, agressiva, (Sepultura) e etc... Podemos ver também muitos outros exemplos de repressão semelhante nas mais diversas vertentes do rock no geral.

Na verdade, a repressão do senso-comum mais alienado de todos se da ao rock em geral, colocando todos eles num saco só. Eu por exemplo, que tenho cabelo cumprido até o ombro (um visual que por convenção é de headbanger, metaleiro, metal-head, e etc.. o que passo muito longe do emo), já vi diversas vezes crianças passando em carro em alta velocidade gritando para mim: "EMOOOOOOOO". Certo, isso sem contar com a repressão do senso-comum ao estilo heavy-metal que, sem mentir, é o meu preferido dentro do rock. Mas a repressão da sociedade ao heavy metal já é algo completamente diferente do EMO, que pode ser abordado futuramente (quem sabe) em outro post.

3- Conclusão:
Certo. Os fãns negam ser; a grande maioria das bandas negam. Os amigos negam ter um amigo emo (na maioria dos casos). Então.... CADÊ A PORRA DO EMO QUE TODO MUNDO RECLAMA?!?!?!?!?!
Aí que tá: acho que emo simplesmente NÃO EXISTE.
Ou melhor: não existe mais, no início da modinha existia sim, e muito. Mas agora, não vejo NINGUÉM, e repito NINGUÉM dizer batendo no peito "eu sou emo". Claro, as vezes pode ser por causa da minha idade e da idade das pessoas que igualmente convivem comigo (seria muito feio um sujeito de 20 anos responder a pergunta "oq vc curte" com orgulho: "fresno... di bob... NX-O... Simple Plan e etc). Claro, existem exceções. Mas... como um amigo meu sempre me diz (não vou citar seu nome pois alguém pode se sentir ofendido com tal conceito [lembrando que esta não é a minha intenção!]) "O emo quando completa 18 anos evolui pra Indie e vai fazer comunicação social!" ahahahahahahahahahahhahaha. Obviamente, falando isso de forma cômica e irônica, sem querer de maneira alguma generalizar ou criar um padrão de personalidade e conduta.

Portanto, assim como um professor de política do curso de ciências sociais da UFRJ, o Walter, alega que a economia não existe porque é totalmente baseada no campo de especulações (diferente do meu texto, em uma tese de 1000 páginas), eu digo: emo não existe porque está no campo das suposições e acusações, não da declaração do indivíduo.

Em outras palavras: se ninguém se declara emo, logo emo não existe! Salvo raras exceções!!



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Mais uma vez, desculpe por quebrar a corrente do tema....


*Próximo Tema: FOFOCA

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