terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bad to the bone

Perversidade
"s.f. Qualidade de perverso; maldade, malignidade, ruindade."

Ainda pequenos, nós, os humanos, apontamos defeitos físicos, zombamos, desprezamos. Crianças podem ser realmente cruéis. Penso que isso talvez se deva à falta de pudor, por ainda não terem sido totalmente inseridas na lógica social onde ser perverso, ao menos às claras, não é bem visto. Acho complicado falar de "natureza humana", mas parece que essa característica é muito marcante em todos nós.
As grandes tragédias, os crimes hediondos, ou até mesmo um acidente no trânsito, atraem as pessoas como açúcar para formigas. Todos muito indignados por fora, mas também sentindo um mórbido prazer. Por quê diabos ver mil vezes como a maldita (e que perverso chamá-la assim, talvez) Izabela Nardoni (mas o fato é que passei a odiar essa menina) caiu do prédio? As pessoas gostam! As pequenas maldades cometidas todo dia, o egoísmo, a perversão sexual (e eu não vou entrar nesse assunto porque senão vai render muito, e quero dormir). Quem já não se sentiu frio diante do sofrimento alheio? Indiferente, mesmo que saiba que a culpa de tal sofrimento é sua.
Quando um homem mata, estupra, esquarteja, dizem que ele é desumano, um animal. Isso pra mim é justamente o contrário; é ser humano demais. A chave é conseguir domar os demônios que habitam em cada um de nós. Sim, porque todo ser humano é um filho da puta em potencial, e só é bom até que tenha uma oportunidade de mostrar o contrário.


Mas vilões geralmente são um tesão (e mocinhos um pé no saco), cá pra nós...

"Perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atrativo." (Oscar Wilde)


Próximo tema: MORTE.

2 comentários:

:) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
:) disse...

O mal é uma característica ou estado de um ser, coisa ou fato. É como um apêndice que precisa de um suporte. O "mal" é um título que damos para algo mau. Se eliminarmos o "algo", não sobrará nenhum mal, pois este está condicionado à existência de seu portador. Como disse Jerônimo Teixeira, na revista Veja, na época do caso Nardoni, o lado monstruoso do homem pode até ser contido, mas jamais será definitivamente domado. Esse tipo de mal é mais assimilável, pois se esconde atrás de razões de estado e de pretensas causas nobres. Esse tipo de mal não cabe sequer na aceitação de que coisas ruins podem acontecer a pessoas boas; parece ser uma zona de sombra que aprisiona a alma humana. Esse tipo de mal simplesmente existe. E é isso que o torna mais assustador. Acho que todos nós estamos condicionados a praticar o mal e sermos naturalmente perversos, basta querermos ou não nos controlarmos. Apesar de ter achado sua posição um tanto quanto radical, também acho que a perversidade faz parte de nós, mesmo que lá no fundinho do nosso eu.