sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Fatotídico.

Ele e ela na escola.

Ela era nova e o achava muito envelhecido.

Ele não era velho, mas a achava imatura demais.

Ela se mudou e descobriu que era vizinha dele.

Ele continuou no mesmo lugar, mas irritou-se com a nova vizinhança.

O tempo passou. Os dois cresceram, apesar de continuarem infantis.

Ela começou a mandar cartas anônimas para a casa dele.

Ele descobriu de quem eram as cartas e interessou-se.

Ela era petulante, ele era introvertido.

Ela se irritava com a espera, ele achava que sempre demoraria.

Ele concluiu que não conseguiria.

Ela concluiu que ele não gostava de mulheres.

Ele ficou ofendido.

Ela continuou apaixonada.

Ambos descobriram que o amor, de uma maneira incrivelmente rápida, poderia se transformar em ódio.

O tempo passou, como sempre.

Ele guardou todas as cartas, mesmo depois de ter ido embora.

Ela guardou os presentes, mesmo não lembrando de quem os havia recebido.

Ela se desfez de todas as lembranças e mágoas.

Ele nunca tivera verdadeiras mágoas. E guardava todas as lembranças.

Ambos perderam o contato, os amigos, a infância.

Quando adultos, encontraram-se novamente.

Ela percebeu que ele havia se tornado um homem interessante, apesar de bissexual.

Ele percebeu que ela continuava com a mesma petulância, apesar de vulgar.

Os românticos de plantão podem estar pensando que eles vieram a se casar. Não foi o que aconteceu.

Ele foi embora para outro país, a trabalho.

Ela começou um relacionamento moderno com um técnico de informática.

E acabou-se a história.

Próximo tema: "A Indústria da Moda: criadora de padrões ou destruidora de fronteiras?"

Um comentário:

Julia Maria disse...

A história é muito boa, mas o final é excelente! adorei!