quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sabor remete fome. É ai que a gente se ferra.

Ultimamente venho criando filosofias, de fato concretizando uma teoria. Sei que esse tema já foi abordado, mas é justamente o sabor das coisas que me traz aqui. Chega ser vulgarizado o valor dos sabores, das essências, dos momentos vividos. Minha teoria se baseia justamente nos pequenos e nos grandes instantes em que saboreamos algo. Já diziam que "tudo que é bom deve ser vivido ao máximo, no tempo que dura". Eu sei, já ouviu isso, e pode deixar que não irei me basear no batido "viva cada momento como se fosse o último". Pelo menos não desse jeito.

A vida é feita de grandes expectativas, e nem sempre encontramos a felicidades nelas. Marcamos nossas vidas com “asteriscos”, nos programando sempre para algo, justificando tudo ao nosso redor. Exemplificarei: Final de ano, muitas festas e planos de viagens. Em cada evento, marcamos estes “asteriscos”, depositando toda nossa esperança neles. Ao estar numa situação ruim, pensamos "Calma, logo isso será recompensado". Não estou condenando, é instinto traçar metas, almejar bons momentos. Se isso me saciar, ótimo! Mas, e se não tornar-se um bom momento? E se tudo que tanto esperei não atingir minhas expectativas? Ora, é justamente onde entra minha teoria.

Devemos sim planejar, desejar, ter sede para nos satisfazer. Contudo, devemos buscar o sabor das coisas simples, dos momentos que acontecem sem ser planejados, as vezes até muito rápidos. E não devem ser prolongados. Ao contrário de saborear, estamos sempre devorando os bons momentos, e quando acabam sentimos necessidade de tê-los novamente, em maiores intensidades. Nesta busca desfreada, não nos damos conta de quando voltam a acontecer, tornando-se um ciclo de insatisfação. É preciso vivenciar as boas sensações, para que aconteçam com frequência e nos sentir saciados. Desta forma não se cria expectativas exageradas e conseguimos buscar a felicidade.

Eu sei, tudo isso é muito bonito na prática, entretanto não é tão difícil quanto aparenta. Busquem degustar as coisas enquanto acontecem, e descobrirão grandes sabores. Um passeio sem destino, um encontro ao acaso, uma conversa no balcão de um bar. Uma festa marcada por um “asterisco” nada mais é que a junção de todos os pequenos sabores, formando um suculento prato de satisfação. E quando não conseguir enxergar nenhum sabor no momento em que está vivendo, espere-o comendo um chocolate. Esse eu deixo você devorar!

Um comentário:

Renata Fontanetto. disse...

Dois sabores sobre um mesmo tema ;)