quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Casa vazia

Não é ausência.

É a maior expressão da presença de uma pessoa, sentimento ou lugar. É o beijo que nunca acaba, é a lágrima que não seca, é a risada que não silencia, é a luz que não se apaga... Quando sentimos saudade, sentimos aquilo tão perto estando longe, que nos incomoda.

É incômodo. É desconfortável. Ela traz o gosto mas não traz a solidez. É como se derretessem chocolate e pudéssemos sentir o cheiro, mas estivesse quente demais para provarmos. Sempre no perigo, no absurdo.

Se fosse calma, não nos mataria. Se fosse bonita, não nos mostraria toda a feiúra da necessidade. É limitada na sua infinidade de faces, pois sempre acaba enfraquecendo. Quando nos visita, rouba tudo que tem na casa. É como se não coubesse dentro do corpo e quando saísse, não tivesse deixado mais nada que sirva.

A saudade é possessão.

próximo tema: sonho

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