sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Arte sem medo.

Arte, palavra difícil.
Sugiro uma reflexão: não pensem na arte como um mero tópico de dicionário, e sim como uma atitude.
Pois a arte, rica em raízes, possui muitas faces.

Penso, logo crio. Crio, logo exprimo. Exprimo, logo sinto. Sinto, então faz-se arte.
Arte do corpo.
Arte da voz.
Arte da música.
Arte das ruas.
Arte do papel.
Arte das letras.
Arte dos filmes.
Arte dos livros.
Arte da criança pequena que desenha o mundo ao seu jeito.
Arte de tudo o que possa ter vida.

A arte implica vida. Explica a vida. Faz dela uma metamorfose. Um ilusionismo criativo, belo, bonito. Um circo de muitas cores. Arte é VIDA.

Descobri: metalinguagem. Tudo em si e por si.


próximo tema: Papai noel

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu sonhei que...

...que um dia nasceu escuro, a guerra perpetrava, eu me escondia, a granada subia, o medo estancava, a explosão sacudia, o ruído saía e o corpo explodia.

...que brigava na correria, do corredor da vizinha Bia, que de nada fazia, um monstro de brinquedo voava e me atacava por nada, sabia?

...qua até a esquina eu ia, de queixo e cabeça fria, no bar eu parava, tomava Itaipava, no Jornal Nacional assistia, pro Willian Bonner eu via, que nessa jornada, o muro parava, e depois mexia, que me paralisia(sic) e que me puxava e sugava por tudo onde via.

...que da Nerd eu beijava, que me testava, me tocava por toda via, se calava, se mateticava por toda feitiçaria. Eu aceitava, não brincava e sempre sorria, me continha, mas todo esquizitado(sic) ficava.

...que da paixão beijada, a sua pele encravada, e seu suor escorria. Que me decorava, assim se arrepia, não tinha ressalva, só me queria. Acordava e via, traição aparecia.

...que dos restos dos sonhos esquecia, quando da cama acordava, não tinha estamparia, tinta branca surgia e sem sonho ficava.



PRÓXIMO TEMA: Arte

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Casa vazia

Não é ausência.

É a maior expressão da presença de uma pessoa, sentimento ou lugar. É o beijo que nunca acaba, é a lágrima que não seca, é a risada que não silencia, é a luz que não se apaga... Quando sentimos saudade, sentimos aquilo tão perto estando longe, que nos incomoda.

É incômodo. É desconfortável. Ela traz o gosto mas não traz a solidez. É como se derretessem chocolate e pudéssemos sentir o cheiro, mas estivesse quente demais para provarmos. Sempre no perigo, no absurdo.

Se fosse calma, não nos mataria. Se fosse bonita, não nos mostraria toda a feiúra da necessidade. É limitada na sua infinidade de faces, pois sempre acaba enfraquecendo. Quando nos visita, rouba tudo que tem na casa. É como se não coubesse dentro do corpo e quando saísse, não tivesse deixado mais nada que sirva.

A saudade é possessão.

próximo tema: sonho

Comprometendo o sabor

O sabor é contraditório. Mas quem disse que eu me importo?
O amor, por exemplo, às vezes tem gosto de banana caramelada, ou limão. Depende do ponto de vista.
Livros são os mestres do sabor. Existem aqueles que trazem consigo um paladar salgado: gosto de lágrima. Ou então são tão ricos em detalhes que cada parágrafo é uma nova aventura para a língua: eles deixam o gosto da terra molhada de uma trincheira, com cheiro forte de sangue, em dia de guerra; dão um tiro de ácido garganta abaixo fazendo o leitor pular de adrenalina ou te envolvem com o amargo, porém gostoso, do açúcar mascavo.
O que dizer então do sofrimento? Esse tem gosto de remédio, dos mais fortes dos antibióticos.
Do medo? Gosto de porra nenhuma. A boca fica seca.
Do sexo? O sabor do corpo.
Da felicidade? Calda de chocolate com brownie!
Da vida? Ah... essa é impossível. É igual à saudade: não existe apenas um único sabor que a defina. Funciona de acordo com a estação, o dia, o momento, o beijo, a briga, o sorriso e o etc.


Próximo tema: Saudade

Sabor remete fome. É ai que a gente se ferra.

Ultimamente venho criando filosofias, de fato concretizando uma teoria. Sei que esse tema já foi abordado, mas é justamente o sabor das coisas que me traz aqui. Chega ser vulgarizado o valor dos sabores, das essências, dos momentos vividos. Minha teoria se baseia justamente nos pequenos e nos grandes instantes em que saboreamos algo. Já diziam que "tudo que é bom deve ser vivido ao máximo, no tempo que dura". Eu sei, já ouviu isso, e pode deixar que não irei me basear no batido "viva cada momento como se fosse o último". Pelo menos não desse jeito.

A vida é feita de grandes expectativas, e nem sempre encontramos a felicidades nelas. Marcamos nossas vidas com “asteriscos”, nos programando sempre para algo, justificando tudo ao nosso redor. Exemplificarei: Final de ano, muitas festas e planos de viagens. Em cada evento, marcamos estes “asteriscos”, depositando toda nossa esperança neles. Ao estar numa situação ruim, pensamos "Calma, logo isso será recompensado". Não estou condenando, é instinto traçar metas, almejar bons momentos. Se isso me saciar, ótimo! Mas, e se não tornar-se um bom momento? E se tudo que tanto esperei não atingir minhas expectativas? Ora, é justamente onde entra minha teoria.

Devemos sim planejar, desejar, ter sede para nos satisfazer. Contudo, devemos buscar o sabor das coisas simples, dos momentos que acontecem sem ser planejados, as vezes até muito rápidos. E não devem ser prolongados. Ao contrário de saborear, estamos sempre devorando os bons momentos, e quando acabam sentimos necessidade de tê-los novamente, em maiores intensidades. Nesta busca desfreada, não nos damos conta de quando voltam a acontecer, tornando-se um ciclo de insatisfação. É preciso vivenciar as boas sensações, para que aconteçam com frequência e nos sentir saciados. Desta forma não se cria expectativas exageradas e conseguimos buscar a felicidade.

Eu sei, tudo isso é muito bonito na prática, entretanto não é tão difícil quanto aparenta. Busquem degustar as coisas enquanto acontecem, e descobrirão grandes sabores. Um passeio sem destino, um encontro ao acaso, uma conversa no balcão de um bar. Uma festa marcada por um “asterisco” nada mais é que a junção de todos os pequenos sabores, formando um suculento prato de satisfação. E quando não conseguir enxergar nenhum sabor no momento em que está vivendo, espere-o comendo um chocolate. Esse eu deixo você devorar!

Aqueça

É deste jeito que eu gosto, deste jeito que me faço prevalecer. Não há como um dia choroso a nos acolher dentro de nós a nos fazer sentir o valor de um calor ausente. Transbordar poesia, aguçar os sentimentos, mesmo que estejam em nebulosidade. Não entendam como melancolismo mal fundamentado, é apenas um estado de acolhimento. Aproveito esse momento para pensar no que não pôde ser vivido, na preciosidade do simples, sem deixar que o grandioso me escape. Repare. Pense. Conclua. Não é tão difícil. Risca os vidros, e abre minha mente. Leve contigo, passe a limpo, releve. Agora tudo passa, o choro passa, a água limpa e refresca minha alma. Não sinto frio e acho que nunca senti. Acho. Não importa, pois o Sol já nasce, e tudo de novo se aquecerá. Ou apenas irá acentuar o calor já existente, que em sua ausência se concretizou.

Próximo tema: Sabor

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Superfície

Superfície
Superfície minha
Superfície sua

Será a tua superfície
espelho do teu recheio?
Será a minha superfície
o teu recheio espelhado?

Ou será apenas uma
membrana independente?
Onde não permites toque
calor, palavra
que lhe seja um pouco mais entrecortante?

Minha superfície
meu recheio
Não mente minha carne
não tremula ao sopro

Tua, tua carne
é sôfrega. Fraca.
Tua superfíce
se tornou mais forte
que ti mesmo

Não te sabes mais ser
Tua carne dissolveu-se
Teu recheio esvaziou-se
em risos e palavras
suaves.


próximo tema: Chuva

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Prazer, Mister M.

O Monopólio da Mídia ainda existe. Leva-se em conta que o mundo, ou até mesmo o Brasil, é coberto com seu povo com baixa instrução. Mentiras ditas no Rádio, Jornal e TV passam como verdades daquele que serve o povo: a imprensa. Não generalizo e não nomeio. Basta dar um passeio relapso fora da caverna do meu brother Platão pra se ter uma ideia. A única quebra que a mídia sofreu foi com o advento da internet. Apesar disso, ela se reorganiza para se atualizar e levar o público Televisionado para o Internético (sic).

É uma postura lógica e inteligente. A classe que já consegue ter um computador com internet, por mais lenta que seja, participa enviando sugestões vídeos, montagens audiovisuais, filmetes e a garota do Crossfox. E é isso que o povo quer: ser o centro das atenções, ter algo a dizer, a contar, a causar.

No dia do blecaute (blackout) quase no Brasil inteiro, soube pela internet do celular e a TV do celular o que se passava. A internet (via Twitter) era mais precisa e mil vezes mais rápida que as mídias convencionais. Eu em 10 minutos sabia o que se passava o que a as TVs demoraram mais de 1 hora pra ter alguma noção. A internet é colaborativa, participativa e integradora. INEGÁVEL.

A indústria da comunicação é o 4º poder sim. Há muita psicologia social envolvida, somada aos interesses à parte, ela é tão manipuladora quanto o caixa dois. Mas como ela não é boba nem nada, nos enche de futebol do Mengão hexacampeão e de Novelas polêmicas com gírias novas pra a gente usar na Rocinha, no Viaduto do Chá e no Mercadão de Madureira.

Falar demais, como faço agora, é um pecado nesse mundo cheio de segredos e 'behind the scenes'. Não se revela o que faz o coelho voar pra cartola do mágico. Não é Mister M? Ou você esperaria que o Mister M não fosse mascarado? Fábulas, contos, populares, andinos ou requintados; mundo de princesas, vilões e mocinhos... Um mundo que o mundo compra todo santo dia.



O Irã.. Ah.. o Irã... isso que é lugar de se viver. Perdão, Coréia do Norte.

PRÓXIMO TEMA: Poesia

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um texto de caráter apelativo.

Vai lá. Digita "crack" no google. Achou alguma coisa? (Veja bem com que olhos você está lendo esse 'alguma coisa'). Não me refiro às informações que todos já sabem, às quais todos se referem, as quais são ignoradas. DUVIDO que durante aqueles 'trabalhinhos' escolares sobre drogas você tenha se importado o suficiente com o assunto. Lembra do que escreveu, do que falou, das pessoas que você pesquisou? Se sim, pa-ra-béns: uma estrelinha rosa fúcsia no meio da sua testa.
A meu ver, 'alguma coisa' não existe. Principalmente se for a internet a dar as informações. Não acho - em hipótese alguma - que alguém se convenceria a parar de usar crack lendo letrinhas. Vamos recorrer ao usado&abusado Wikipédia (cúmulo do ridículo): "Crack é uma droga de uso recreativo, sendo composto por pasta básica de cocaína misturada com bicarbonato de sódio, sólida em forma de cristal, que pode ser fumada.[1] A droga chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido a área de absorção pulmonar ser grande. Em relação ao seu preço, é uma droga mais barata que a cocaína..." blá blá blá. E daí, né? Foda-se!
Falo isso, porque um viciado vai olhar o mundo e vai continuar querendo crack; vai olhar para os anúncios de televisão que falam uma notinha sobre mortes devido ao vício... e ele não vai conseguir parar; vai olhar para a própria vida e talvez não se comova. Pelo contrário: está tão fora de si que se for preciso matar para conseguir a sua "preciosidade", ele o fará.
Atualmente, a problemática das drogas mais letais como o crack é ignorada até pela polícia. Vide o caso da cracolândia, em São Paulo, onde as pessoas sentam, consomem e vendem ao lado das patrulhas policiais.
Como parar então? Não sei. Ajuda médica? Também não sei. Suicídio, morte...? Crack já leva a isso, não precisa nem pensar em fazer. A única coisa que eu tenho - um pouco - de certeza que ajuda é o apoio. Se você conhece alguém que consome esse tipo de droga, ou qualquer outra, não desista desse alguém. Não o deixe sozinho. Se fosse você, gostaria de ser deixado para trás, tratado como fardo ou até mesmo olhado com pena? Aposto... que Não.
Próximo tema: A quebra do monopólio na mídia