quinta-feira, 6 de maio de 2010

Filhos da Puc

"O que a vida constrói, a puc destrói" - isso era o que eu mais ouvia na primeira semana de aula quando me perguntavam se eu tinha namorado e eu dizia que sim... Tinha minha consciência limpa por saber que nunca terminaria meu namoro de três anos por causa da minha vida de universitária, das festas, do pires, das novas amizades, do novo tudo... Eu já era madura o suficiente pra entender que não preciso ser solteira pra ter minha liberdade.

Entretanto, as coisas já não caminhavam muito bem, e o ponto final foi posto - talvez - no melhor momento... eu precisava de um tempo só meu, um tempo me amando, um tempo admirando meu talento, coisa que por três anos praticamente fechei os olhos... o ponto final veio e com ele um vômito de palavras, de sentimentos e desabafos... o ponto final veio e com ele muitos sorrisos, declarações e poesias... o ponto final veio e com ele um novo começo de frase, ou novos, varios 'era uma vez', varios novos, varios tudo... veio tudo junto, jorrando felicidade...

Era a melhor fase da minha vida. Quer dizer, É a melhor fase da minha vida... e não foi a PUC que me fez enxergar que eu precisava estar sozinha pra perceber isso, eu simplesmente vi que para ser feliz nesse novo mundo eu teria que me desprender dos meus antigos, do que me deixava sem ar nos meus medos do passado... eu tinha que sair daquilo, da sensação sufocante de não poder amar a mim mesma... a sensação sufocante de estar com alguém que nunca ligou pro meu talento, minhas palavras, minhas fotos, meu dia, meu amor...

Não suporto ter que escutar que o ponto final existiu por causa das festas e das minhas cervejas, não. Como eu disse, já era madura o suficiente pra entender que não preciso ser solteira pra ter minha liberdade... E melhor ainda: não preciso ser solteira pra ver que me amo mais do que amo os outros, que sou mais feliz dedicando meu talento a mim mesma, minha vida a mim mesma, meu amor a mim mesma...

Mas nem tudo na PUC é SÓ festa, não é mesmo? Mesmo em comunicação social... e eu não falo dos estudos (que estudos?), eu falo daquela parte do novo, das novas pessoas... Porra, eu cheguei com dois pés na frente, tentando me infiltrar aonde houvesse energia boa, tentando transmitir meu sorriso e minha personalidade forte, tentando fazer novas amizades pra esquecer das minhas perdas passadas. Mas ganhei patadas - já... e isso chegou longe. Quando eu não conheço alguém, eu não julgo a pessoa, eu não chamo ela de piranha e rendeira, eu não falo nada que ela não possa se defender... mas eu posso. E estou aderindo a nova comunidade do orkut: "sou legal, não to te dando mole". Se eu rendi pra veteranos, calouros e afins, é mais do que problema só meu, certo? Se eu ainda tivesse ficado sei lá, com 15 meninos da puc em 1 mês, NEM ASSIM vocês poderiam me chamar de alguma coisa...

Vida de universitário é isso mesmo. Você é feliz todos os dias, você bebe quase sempre, você se encanta com todo mundo, você tem que ser inteligente pra tirar nota boa sem estudar, você tem que aprender a amar a si proprio, você cria uma nova historia, esbanja seus talentos, mata aula no pires (mas sem exagerar), você faz tudo o que quer, cria responsabilidade na sua vida, você tem que aprender a lidar com gente MUITO mais invejosa do que no colégio, você tem que aprender a lidar com uma universidade inteira, milhares de pessoas prontas pra te dar o primeiro tiro. Você tem que estar preparada pra dizer que não depende da opinião alheia pra ser feliz.


Eu não dependo, e tornarei, então, minha vida de universitário na minha propria vida, e assim, serei MUITO, MUITO feliz...


PROXIMO TEMA: INVEJA

8 comentários:

Renata Fontanetto. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renata Fontanetto. disse...

Garotaaaaaaaaaaaaaaaaaa. sou sua fã. As únicas pessoas a quem devemos alguma satisfação sobre alguma coisa nesta vida somos nós mesmos ou nossos pais (e olha que nem pais eu to contando muito ultimamente). Universidade abre TANTO, mas TANTO os nossos horizontes que é o momento que a gente tem pra enlaçar todas as oportunidades. Com paixão, com vontade. Pra viver, pra sorrir quando formos velhinhos de tanta felicidade por termos aproveitado o que verdadeiramente é a vida. A única certeza? Um belíssimo foda-se para todos aqueles que nos impedem de ser quem somos.

Monique Vasconcelos disse...

Vou confessar que me irrita quando falam que em comunicação não tem estudos e é só festa. Eu não frequento mais as festas, estudo e trabalho na área enlouquecidamente...
Muita gente n estuda, fica fazendo desfile de moda no pilotis, fumando seu baseado e tomando sua cerveja no pires ou vila, mas pra mim essa uma realidade fake da vida universitária...baladinhas e derivados deixa pra fazer fora do horário de aula...
pagar uma fortuna daquelas e ser turista na aula é coisa de gente imbecil...

Karina disse...

voce é foda carol!!!! "Você é feliz todos os dias, você bebe quase sempre, você se encanta com todo mundo, você tem que ser inteligente pra tirar nota boa sem estudar, você tem que aprender a amar a si proprio, você cria uma nova historia, esbanja seus talentos, mata aula no pires (mas sem exagerar), você faz tudo o que quer, cria responsabilidade na sua vida, você tem que aprender a lidar com gente MUITO mais invejosa do que no colégio, você tem que aprender a lidar com uma universidade inteira, milhares de pessoas prontas pra te dar o primeiro tiro. Você tem que estar preparada pra dizer que não depende da opinião alheia pra ser feliz."


ME IDENTIFIQUEI MTOOOOOO ahahahah

Carolina Bastos disse...

que comentarios grandes e inteligentes!

Anônimo disse...

EM CASO DE PROBLEMAS NA LEITURA DO COMENTÁRIO ABAIXO, PROCURE O GLOSSÁRIO AO FIM.

Eu não sei qual o maior conjunto de merda, se é o texto ou se são os comentarios, exceto Monique, da qual já tenho pena por conviver com pessoas quase acéfalas. O pior, acho eu, não é ler um texto desse, é ver gente que se identifica. Meu pergunto como, já que fiz uma força tremenda para entender este conjunto de palavras nem um pouco contraditórias, muito bem organizadas, de argumentos sólidos, embasados na sua vasta experiência de universitária e piranha rendera. Deus abençoe o jornalismo e Arnaldo Jabor que se cuide, que tú tá chegando.


Antes que as pessoas acima, de comentários grandes e inteligentes, seja lá o que você quis dizer com isso, venham replicar aconselho a leitura do nosso glossário.

Def. de Ironia:
A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor.

Def. de acéfalo:
adj.
1. Que não tem cabeça.
2. Sem chefe.
3. Idiota.

GCM

Gabriel Zambrone disse...

Continue aumentando os acessos do meu blog ;)

Adoro ver pessoas que não se preocupam com elas mesmas.

Quanto tá o preço de um dicionário?

Você me inspira (e me diverte, logicamente).

Anônimo disse...

É um prazer. Sua convidada fez o mesmo comigo, dei altas risadas.

É triste um cara como você, que teve uma idéia tão interessante como essa e que tem colaboradores tão bons, ter que postar um texto desse, só pra não ser grosso (imagino que tenha sido o que você pensou quando leu "Filhos da Puc").

Dicionário tem de graça na internet.

Parabéns pela idéia do blog.