quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lissensa Powéhtik,



Desculpa, meu amor. Me desculpa se eu sou a sua culpa. O meu passo está na frente e você está atrás. Não temas disso. Estou de costas. Estás na minha cola. Estou vulnerável. Agarra-me com um mata-leão ruidoso. Estarei pronto para dar-lhe meu contragolpe efusivo. Estarás no chão, de novo. Mas estará na minha frente, de novo. Pisoteio-te para passar-me adiante. Teu berro de dor me entristecerá. Estou na frente, vulnerável novamente. Culpo-me pelo berro ouvido. Dou o braço a torcer. Ergo-lhe e te jogo para cima e, com contra-gosto, contra ataco andando de passos calejantes para o ponto seguinte. Meus calos ardem. Agacho-me de curioso, Pula-te feito cavalinho. Danada, estás no prumo. Estou com a garganta seca e sangue concentrado no crânio. Me deste um gole seco de saliva. Seu prazer lhe distraia. Olhou-me e tropeçou no meio fio. Rezando na posição do clero. Napoleando galopei. Conquistei tuas costas esguias com massagens de meio-dia, feitas por pés calejados, ancorados no horizonte. Olhava pra frente mas não via que via só. Só e somente só. Pois via fantasias enquanto ardias de dor. Então foi quando, talvez num ato de costume, desceu das costas e deu um passo a frente. Quando olhou pra frente, abriu o sorriso, dilacerou-se do orgulho, desfez-se de tal mediocridade e girou no próprio eixo cento e oitenta graus, graúdos graus. Ajoelhou-se pecaminosamente. Piscava incessantemente. Erguera o rosto tremendo em frente do novo que via. O novo contra olhou com um olhar perdido, já na abstinência de ganhar alguma batalha pretendida. Olhos deitados, cansados de tamanha clemência. Foi quando o ajoelhado do horizonte visto e não compartilhado suou, chorou, misturando todo o seu eu-orgânico e se acabou mirando os olhos pro céu. Os joelhos do meio fio fizeram o beligerante de trás ver aonde o chão semeava o limite. Dependurou-se no ombro do choro alheio, ergueu-lhes feito árvore, seus joelhos apenas jorravam o vermelho da vida. Mas, em contra-partida agora andavam e miravam juntos para uma via sem volta.

A via do amadurecimento.


Próximo tema: O que aprendeu hoje?

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