quinta-feira, 6 de maio de 2010

Eu me basto.

Em toda minha vida nunca tinha conseguido me desprender dos sentimentos pelos outros. Não conseguia ficar muito tempo solteira ou muito tempo sem gostar de alguém. Sentia sempre necessidade de ter meu coração preenchido. Ou eu saía de um namoro e entrava em outro, ou saía de um sentimento e começava a sentir de novo por outra pessoa. Se eu estava solteira, sempre sentia saudade do último ex e quase não conseguia tocar a minha vida realmente em frente enquanto não achasse um novo homem pra me fazer sentir borboletas no estômago pra poder me entregar de corpo e alma novamente.

Realmente, amar e ser amada é a melhor coisa do mundo. É lindo, sublime, encantador, sereno, e faz bem pra alma e pra saúde. Mas somente agora eu realmente consegui entender e sentir que o amor próprio é muito mais importante que o amor ao próximo. Até porque, se nós não nos amamos, jamais conseguiremos oferecer amor ao outro. E isso, pra mim, é indiscutível.

Sempre respeitei minhas lágrimas, mas hoje respeito muito mais minhas risadas. Pela primeira vez na vida eu estou feliz, porque agora eu sou a causa e a consequência, e o único motivo dessa felicidade. Todas as minhas vivências, experiências, erros e acertos me fazem rir e me fazem hoje uma mulher mais sensata, crescida, madura, feliz.

Pela primeira vez na vida eu estou totalmente desprendida de sentimentos, não preciso de um novo companheiro, não sinto mais necessidade de ter um novo (bom) namorado. Não amo ninguém além de mim mesma e de outras pessoas próximas a mim. Não estou amando homem algum, e até agora pouquíssimos fizeram meu coração disparar. E é por isso que não estou com pressa de dar chance aos pretendentes apressados, porque hoje, o meu único pretendente é o amor-próprio. E o meu único objetivo é continuar sendo feliz e me bastando sozinha, porque sei que foi por ter sentido tanta dor que hoje eu sei reconhecer, sentir, desfrutar e aproveitar a felicidade.

Hoje eu estou e continuarei estando sempre no patamar mais alto da minha vida, e sou muito mais feliz por ter reconhecido, aceitado e entendido que minha felicidade não depende de ninguém porque as coisas mais lindas são gratuitas e estão em pequenos gestos e pequenos acontecimentos que poucos param pra sentir e perceber. Hoje vejo que a felicidade está nas coisas mais simples da vida, e consigo reconhecer que eu posso ser perfeitamente feliz sem precisar de ninguém.

Mas não quero ficar sozinha o resto da vida, até porque amar e ser amada é algo que também enobrece nossa alma e nos faz feliz. Na verdade, é porque hoje minha única prioridade sou eu e a minha auto-felicidade. E depois de tantos erros e acertos, aprendi que na próxima vez que eu estiver com alguém, estarei com ela ciente de que estou junto porque amo, porque gosto, porque quero e porque me sinto bem, e nunca por achar que preciso dessa pessoa ao ponto de não conseguir viver sem ela. Hoje, eu vivo por mim, e vivo em busca do propósito da minha existência.

Aprendi, com muito custo, que as pessoas se completam não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir alegrias e objetivos comuns. Aprendi a crescer com as cordas do violão: são independentes, mas juntas, e cada uma fazendo a sua parte constroem as mais belas melodias. Aprendi finalmente a me bastar, e a nunca mais me abandonar.



PRÓXIMO TEMA: Vida de universitário.

3 comentários:

Carolina Bastos disse...

"aprendi que ninguém merece carregar o peso de ter que completar a outra pessoa, ninguém é a metade da minha laranja, eu sou a minha propria metade" isso tambem diz muito né? esse seu texto foi um dos que eu mais gostei aqui do blog: sincero, objetivo e MUITO parecido comigo, com o que eu to vivendo, apesar de eu já estar pulando pra amar outra pessoa... hahaha

sensacional, de verdade... amei mesmo! parabéns.

Renata Fontanetto. disse...

"porque agora eu sou a causa e a consequência..."

faço das palavras da Carol as minhas. arrasou.

Gabriel Zambrone disse...

'as pessoas se completam não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir alegrias e objetivos comuns.'

c'est finit. o resto é putaria.