segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Copacabana

Eramos alguns tantos. Tantos que não lembro direito se eramos muitos ou poucos. Sei que fazíamos o que muitas vezes se sabe que tem que fazer. Falta coragem pra maioria. Subíamos no banco e gritávamos até que nossas gargantas gritassem mais do que nós mesmos pedindo pra pararmos de gritar. Gritávamos enquanto o país inteiro se preparava pra resolver problemas democráticos internos. Fizemos o que pudíamos. Na verdade, ainda estávamos fazendo, e fazendo realmente o que podíamos, não aquela potência obrigatória de se fazer poder. Um de cada vez, nós subíamos no banco e gritávamos. Era um grito contido, mas potente. Àquela altura só nos restava nos voltar para o que acreditávamos ser a redenção, nosso papel, nossa força, o que nos move como um bando. Esquecemos os números e mergulhávamos nas palavras. Afogávamos os que estavam em volta em palavras também. Esse era o nosso papel. E provamos para nós mesmos que agora acreditamos que acreditamos nele mais do que nunca.


PRÓXIMO TEMA: Anarquia disciplinada.

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