segunda-feira, 28 de junho de 2010

Às reais possibilidades

Andava tanto tempo sumido sem dar notícias...
Um vulto rápido na imensidão da parede branca.
Agarrei-te como uma criança agarra a sombra de Petter Pan.
Seu opostos apostaram na minha disponibilidade
E eu inocente
Me vi detido nas grades do seu seu nome
Que vaga ecoando na minha cabeça.
O prazer que sinto de novo
Não é nada menos que a felicidade de achar compatibilidade.
Ja era tarde para o acaso. Enfim, chegou.
Amar é surpresa!

TEMA: Pátria

domingo, 27 de junho de 2010

you are the winner

Como em réquem para um sonho sinto meus dentes trincando frente à tv. Sinto meus vícios: olhar, apreciar, comer, degustar, e nada além do que deitar na cama e entrar na onda das minhas ilusões... mas as cores infinitas em minha frente não compensam o barulho do trincar... Resolvo passar uma borracha pra apagar a minha dor, mas estava tudo escrito a caneta: eu não podia mudar o que já estava escrito... tento então virar o rosto, mas uma força muito estranha e proveniente de lugar nenhum puxa meu pescoço para o lado contrário, e ele fica rígido, e simplesmete imóvel - não consigo mexer, não consigo controlar meus impulsos, meu corpo não é mais meu. Pra substituir a sensação insana da minha mente, começo a esticar minhas pernas, pra fazer desapaecer a câimbra inexistente nelas, mas persistentes em meus neurônios... estranho. Meus pensamentos se confudem. Vou intercalando com o consumo das ilícitas, agora correndo em meu sangue e criando um tesão pelas imagens criadas pela minha propria criatividades. A parede se comprime num tamanho que caberia na palma da minha mão, e eu virei alice num mundo não tão maravilhoso. Fiquei com um vestido azul num campo verde com flores roxas, sem cogumelos e anões, mas gigantes olhando lá de cima pra mim, como se eu fosse insignificante nessa vida, mas devo ser. Meus dentes continuaram trincando e eu tinha esquecido do meu vício - havia o substituido pela dor incessante da minha câimbra mental. As paredes alargaram, mas escureceram, de brancas passaram a ser cinzentas, grafites, o grafite que não havia na minha caneta.... eu não conseguia apagar as paredes, nem trocar de vestido, nem pular na grama. Então a câimbra possuia minhas pernas imóveis, meus pescoço rígido e minha mente perturbada... eu estava câimbreada... voltei a escutar o som estridente da televisão, consumindo meus ouvidos, rasgando meus tímpanos, até arranhar minha garganta... de repente eu só escutava um fino e infinito barulho, irritante como uma criança puxando sua blusa e pedindo por um brinquedo. Irritante, o som era contínuo... puxei meus cabelos, meu vestido azul, peguei uma flor roxa e botei nos meus cabelos puxados... eles saíram da minha cabeça e foram andando até a televisão - representação tecnologica em meio a disputas florais. A tv desligou sozinha, meu cabelo voltou a minha cabeça, mas o som continuou estridente, fazendo minha mente cãimbreada se apagar e entrar em um sono profundo, procurando por um sonho que nunca existiu... tudo por culpa das ilícitas.

Eu acordei, e de repente me vi sentada, na minha cama, em frente a tv, em casa, sã. Sem saber se tudo aquilo tinha realmente acontecido ou foi tudo fruto da minha imaginação... eu me perdi, e começou tudo de novo.


PRÓXIMO TEMA: O TEMPO.

sábado, 26 de junho de 2010

Do Re Mi Fa Sol, muito sol

Eu arrebentava elásticos quando mais novo e prendia uma extremidade e deixava outra presa à minha mão para que eu pudesse esticar mais ou menos para dar petelecadas de sons agudos e graves sem muito compromisso. Nesta mesma época, panelas e colheres de pau eram a bateria dos meus sonhos momentâneos. Eu era a bateria da Viradouro, era o baterista do George Michael e dos Guns N Roses. A rádio que eu ouvia ainda na vitrola do meu antigo apartamento estava riscada com grafite as melhores estações, quando já vi, estava ouvindo programas de música dance/eletrônica com 6 anos, sabendo o nome dos melhores Djs do Rio e do mundo.

Quando tinha 5 anos, imitava Michael Jackson de costas para minha família. Uma forma de fazer a vergonha ir embora e me fazer sentir o rei do pop por 4 gloriosos minutos. Me destacava desde novinho nas festinhas por me deixar levar pela vibração da música. Nas festas matinês que frequentava perguntavam constantemente se eu fazia parte de alguma aula de dança, como hip-hop ou dança de rua. Enquanto as pessoas revelavam suas vergonhas eu quebrava este mito ressonando a música com meu corpo.

Virei Dj aos 14 anos com ajuda de um amigo, tudo era tão novo e aprendi que não tocava pra mim. Eu tocava para as mulheres. Tocando para o coração e corpo das mulheres, elas apareciam e como consequência, eles iam atrás. Resultado? Festa completa! E até parece que muita gente não sabe que a música foi feita para 'elas'. Por causa delas que incontáveis músicas se tornaram verdadeiros mitos, clássicos e hits dos hits. Falo de música clássica até o funk do 'só love'.

No momento ouço um baita musicão, 'Jamiroquai - Cosmic Girl' do DVD Live at Montreux 2003. 'She's a cosmic girl', diz o refrão. Pelo groove e a forma que a letra é levada dá pra sentir o sex appeal intenso que é essa garota cósmica... Sem falar no groove que o jamiroquai se inspira: James Brown, o Rei do Groove e Michael Jackson (ontem, fez 1 ano de sua morte), o Rei do Pop.

Se for falar da world music, passando pela brasileira, pela argentina, pela francesa, cubana, jamaicana, africana e sobretudo todas as regionais, a música se realoca como sinônimo de atmosfera artificial. Não menos gostosa que a original, mas como um tempero pra lá de gostoso ou não. Dependendo do acompanhamento, o prato principal pode perder pra sobremesa, ou dependendo de que qualidade for feita, o restaurante é fechado.

Como tenho o monopólio deste post que escrevo, tomei a liberdade de citar minhas maiores influências musicais. Algumas. Algumas de inúmeras. Então, lá vai:

- Guns n Roses
- Michael Jackson
- George Michael
- Jamiroquai
- Madonna
- Metallica
- Chemical Brothers
- Beatles
- Fatboy Slim
- Prodigy
- Green Day
- Oasis
- Nirvana
- Foo Fighters
- Dee-Lite
- Cássia Eller
- Jota Quest
- Gotan Project
- REM
-Silverchair
- Rage Against The Machine
- Audioslave
- Cidade Negra
- Carlos Santana
- Djavan
- Moby
- Dead Fish
- Queens of The Stone Age
- Beastie Boys
- Nação Zumbi
- Mombojó
- Los Hermanos
- New Kids On The Block
- Coldplay
- The Strokes
- Planet Hemp
- Raimundos
- Paralamas do Sucesso

E por falar em Jamiroquai...



Próximo tema: Bad Trip

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vela da madrugada

Eu vou direto ao ponto porque o prazer é uma fruta que se come madura; é a adrenalina que se converte em combustível; é a vontade de não parar. Já lhe perguntaram se existe algo que poderia nunca acabar? O prazer é findável, todos sabemos. Mas pode se tornar infinito em sua breve finitude.

Todos almejam. Poucos conseguem. Ah! Imaginem só o prazer em cápsulas. Para mim mera banalização de algo tão rico. Ou então, prazer injetável. Compraríamos ali no buteco do seu Manoel, esconderíamos em buestras calcinhas e calções e partiríamos rumo à felicidade. Vivenciaríamos um apocalipse, ao menos, prazeroso.

E a sensação? Aquela pontinha de arrepio inicial. Uma onda crescente de estímulos involuntários e paralíticos. Um não pensar consciente. Um vulcão em erupção.... Eureka!!!!

O prazer é a mulher capaz de fazer desperta-se em chamas. É o homem sendo um verdadeiro homem. São as coisas prosaicas que se tornam vida. É a vida em seus mais que cinco sentidos.

Simples.
Assim.


Next topic: A música

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Maciez surda e muda

Tuas bordas engalfinhadas, formatos múltiplos, maciez de uma noite úmida sem pecados, tesão mal tratado e teu símbolo de cápsula protetora. Tantas qualidades para quem sonha em te tacar de um lado para outro. Sonha em te rasgar em trapos penosos, em sonhos afáveis e infantis. Enfeita meus aconchegos, vira bebê recém nascido nas mãos suaves, nas calejantes.

Traga as memórias de corpos amassados contra o teu, novos perfumes dos quais não foram meus. Os fios de cabelos esquecidos em teu colo. Loiros, ruivos, morenos ou grisalhos. Íntimos pelos meus, ou de outrém. Não esqueças do charme que me ajudara em outrora. Com amigos, amores e status quo. És, no fundo, uma parte de tudo isso. O fundo em que me repouso, em que posso enfiar a cara de frio e retornar com bafo de calor. O fundo em que já enxugou lágrimas de amores perdidos, de amores sofridos. Tudo sem tua culpa.

Já viraste presente de aniversário, de dia dos namorados, de dia dos carentes desaconchegados. Tornaste simbolo de noites bem dormidas. Não és substituto de colos amorosos. És meu colo amoroso particular, desde sempre. És minha parede muda, meu chão macio. Meu sexo confortável, minha coluna bem colocada, minha perna entrelaçada. Meu conforto de pensar no desconfortável.

Sinto não poder ouvir tudo o que tens pra me dizer. Não tenho noção nem se isso é possível. Já vi tanta coisa neste mundo que até duvido das dúvidas usuais. Só me resta aliviar minha mente, aquela que massageia toda as pernoites, e lhe agradecer pelos 22 anos de histórias que já presenciou, que já testemunhou junto à mim e ao nosso eterno ménage à trois.

Almofada, travesseiro e colo, meu eterno muitíssimo obrigado.

PRÓXIMO TEMA: Prazer

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lente de AUMENTO



Posso correr até no asfalto
que escorrego
Passo a mão sob meus olhos
eu esfrego
A um palmo do meu rosto
não enxergo
Tudo isso quando o caminho
está deserto

Mas você chega e me oferece a mão
"Oi, faminta. Você quer um pão?"
O que era pequeno ganha TAMANHO
O que era perda vira GANHO

O turvo ficou CLARO para mim
Quem diria que o MUNDO era BELO assim
Finalmente ENXERGO as FLORES!
E sou capaz de DINSTINGUI-LAS pelas CORES!

Vejo PÁSSAROS, ÁRVORES E GENTE
Vejo FRIO, MORNO E ATÉ QUENTE
Vejo SAL, DOCE E SEDENTO
Vejo ÁSPERO, LISO E GRUDENTO

ARREPIOS, SONHOS E FANTASIA
SONS, HARMONIA E MELODIA
SENSAÇÕES, BRILHO E SINESTESIA
Vejo TUDO aquilo que eu antes não podia

A vida deixou de ser tormento
Você me trouxe uma LENTE DE AUMENTO
Deixei para trás minha visão
E passei a ENXERGAR com SENTIMENTO


PASSEI A ENXERGAR COM SENTIMENTO!


Deixei pra trás minha visão
Você me trouxe uma lente de aumento
A vida deixou de ser tormento

Vejo tudo aquilo que eu antes não podia
Sensações, brilho e sinestesia
Sons, melodia e harmonia
Arrepios, sonhos e fantasia

Vejo áspero, liso e grudento
Vejo sal, doce e sedento
Vejo frio, morno e até quente
Vejo pássaros, árvores e gente

E sou capaz de distingui-las pelas cores!
Finalmente enxergo as flores!
Quem diria que o mundo era belo assim
O turvo ficou claro para mim

O que era perda virou ganho
O que era pequeno ganhou tamanho
"Oi, faminta. Você quer um pão?"
Mas você chega e me oferece a mão

Está deserto
Tudo isso quando o caminho
Não enxergo
A um palmo do meu rosto
Eu esfrego
Passo a mão sob meus olhos
E escorrego


POSSO CORRER ATÉ NO ASFALTO!


Próximo tema:
Almofadas

O tudo virou nada

Você não precisa de muito para tropeçar. Nenhum grande abismo, nehuma pedra no caminho, nada, absolutamente nada.
Basta uma palavra ou uma ação que você julga ser a mais apropriada para o momento. Mas ela desvenda-se ser um verdadeiro abismo.
Desmoronamento interno. Conhece?
Puta merda.
Sabe quando você grita por dentro... doi de ver. Ninguém te ouve. Ninguém entende. Ninguém é você naquele momento. Só você.
Ou como muitos dizem: só Jesus. Mas nem Jesus está com você naquele momento: ele está ocupado demais chorando...
Depressão.
Conhece?
Eu queria ter tempo de ver meus amigos. Eles são, na maioria das vezes, o fio ao qual me agarro na esperança de não cair no caos. Mas... eles não estão aqui.
Estou nua, tremendo de frio, com a cabeça latejando de dor e eu não consigo parar de chorar. Estou aqui há tanto tempo, presa nesta queda, que a única coisa que ouço é o som do meu eco. Mas faz tanto tempo, que nem força mais eu tenho pra nada. Sequei, inclusive.
Sabe o que eu mais quero?
Que você enxergue que tem alguem que precisa de ajuda. Eu preciso.
Declaro publicamente.
próximo tema: Lente de aumento